direitos humanos

Itamaraty divulga candidatura de Vannuchi à Comissão de Direitos Humanos da OEA

Ex-ministro, colunista da Rádio Brasil Atual e da TVT, foi um dos autores do projeto ‘Brasil Nunca Mais’, que ajudou a elucidar crimes da ditadura

Elza Fiuza/ABr

Vannuchi defende que a elucidação dos crimes da ditadura é importante até para a memória das Forças Armadas

São Paulo – O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota hoje (10) oficializando o nome do jornalista e cientista político Paulo Vannuchi como candidato do governo brasileiro a uma das três vagas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). As eleições serão realizadas de 3 a 6 de junho, durante a 43ª Assembleia Geral da OEA, em Antígua, na Guatemala.

A CIDH é composta por sete membros eleitos pela Assembleia Geral da OEA para um mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição. O mandato em questão vai de 2014 a 2017. Seis países (Brasil, México, Colômbia, Estados Unidos, Equador e Peru) disputam as três vagas que serão abertas ao final deste ano. Cada país vota em três candidatos nas eleições.

“A candidatura de Paulo Vannuchi expressa o compromisso do Brasil com o fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos”, diz a nota do Itamaray. E prossegue: “Nos termos da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e do Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, os comissários são eleitos a título pessoal e possuem independência e autonomia no exercício de suas funções. Segundo os mesmos instrumentos interamericanos, os comissários não julgam casos de países dos quais sejam nacionais.”

Vannuchi foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (2005-2010). Ativista dos movimentos de resistência à ditadura, foi um dos elaboradores do livro-documento Brasil Nunca Mais, trabalho coordenado nos anos 1980 pelo então cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns.

Depois de deixar o governo, passou a integrar a equipe de colaboradores do ex-presidente no Instituto Lula. O ex-ministro é colunista da Rádio Brasil Atual, como analista político, e do noticioso Seu Jornal, da TVT.

Quando ainda era ministro, Vannuchi disse em entrevista à Revista do Brasil – em defesa da investigação e da elucidação das violações praticadas pelo Estado durante o regime militar – que a revisão histórica seria um benefício também para as Forças Armadas: “Eu não quero que continuem associados às Forças Armadas elementos como estuprador, degolador, esquartejador, assassino de crianças. O Brasil precisa das Forças Armadas e o cidadão precisa se orgulhar delas”. Relembre a entrevista.

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