Investigação sobre quebra de sigilo fiscal indica ‘briga entre tucanos’, diz Lula

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (21) que as investigações da Polícia Federal sobre o caso da quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas […]

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (21) que as investigações da Polícia Federal sobre o caso da quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao PSDB apontam para uma “briga entre tucanos”. Ele ressaltou, entretanto, que o trabalho da PF ainda não foi concluído. “É muito complicado para um presidente da República falar sobre o que ainda está sendo apurado.”

Segundo Lula, o que a PF mostrou ontem foi que quem pagava as diárias e a passagem do jornalista para ele fazer o “levantamento” sobre os dados da filha do candidato José Serra e do vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas, era um jornal de Minas Gerais.

“Ficou um pouco claro que era uma briga entre tucanos. Eu ouvi uma declaração do Aécio de que ele não sabia. Pode até ser, mas, ficou claro que era tucano tentando bicar tucano. Para ninguém se ferir, tentaram jogar a culpa no coitado do PT, que é sempre o bode expiatório”, disse Lula, ao se referir ao senador eleito e ex-governador de Minas Aécio Neves.

No ano passado, Aécio e José Serra estavam disputando a indicação para saber quem seria o candidado do PSDB à Presidência da República. Ontem (20), o jornalista Amaury Ribeiro Júnior disse à PF que fez o levantamento dos dados sigilosos de pessoas ligadas a Serra durante o período de disputas internas no PSDB. Ribeiro Jr. disse que depois os dados foram furtados de seu computador por pessoas ligadas ao comitê de campanha da candidata petista.

Nota à imprensa

A propósito de declarações atribuídas ao jornalista Amaury Ribeiro Jr., em depoimento à Polícia Federal ao qual não tive acesso, tenho a esclarecer o seguinte:
1. Não procedem as afirmações de que tenha residido em apart-hotel do Meliá Brasília, nem tampouco que tivesse chave de qualquer apartamento naquele local;
2. Se, porventura, chegou a constar meu nome na recepção do hotel, não é de meu conhecimento, nem de minha responsabilidade;
3. Nego terminantemente – e cabe a quem acusa fazer prova – que tenha copiado dados ou arquivos do mencionado lap-top do jornalista;
4. Tive conhecimento há meses, através da imprensa,da existência de um suposto dossiê, e, quando procurado, sempre informei que a campanha não produzia dossiês, nem autorizava qualquer pessoa a fazê-lo em nome da campanha.

Deputado Rui Falcão

São Paulo, 21 de outubro de 2010.