Mobilidade

Haddad estuda tirar táxis dos corredores de ônibus apenas em horário de pico

Atendendo a pedido de sindicatos e entidades patronais, prefeitura prepara estudo específico sobre impacto dos táxis apenas fora dos horários de pico, das 7h às 10h e das 17h às 20h

viatroleibus/reprodução

Promotor promete mover ação civil pública para garantir a exclusividade integral dos corredores aos ônibus

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou hoje (26) que a prefeitura está preparando estudo para avaliar o impacto do trânsito de táxis nos corredores exclusivos de ônibus apenas em horários de “entrepico”, ou seja, fora do período entre 7h e 10h e entre 17h e 20h. O levantamento será complementar a outro estudo feito pela SPTrans e a CET, a pedido do Ministério Público, que aponta que a retirada dos táxis dos corredores de ônibus em tempo integral reduz o tempo de viagem dos coletivos em até 25%. A Secretaria Municipal de Transportes confirmou que o estudo está em produção, mas ainda não há previsão para conclusão.

“Até por recomendação do MP, decidiu-se segmentar e separar o horário de pico do entrepico, para verificar se há prejuízo para os ônibus durante todo o dia”, afirmou, durante visita ao bairro Paraisópolis. O Ministério Público, com base no resultado do primeiro estudo realizado sobre o assunto, cobra da prefeitura que derrube o decreto que permite a circulação de táxis com passageiros nos corredores. Caso a prefeitura não tome a medida, o promotor Maurício Ribeiro Lopes promete mover ação civil pública para garantir a exclusividade integral dos corredores aos ônibus.

Atualmente, Ministério Público e prefeitura aguardam que sindicatos de taxistas e empresas apresentem estudo próprio sobre o assunto, de acordo com solicitação feita em audiência pública realizada em janeiro. Os motoristas negam que atrapalhem os ônibus e querem a oportunidade de apresentar dados próprios que comprovem essa posição. O prazo dado pelo MP para apresentação do estudo é a próxima sexta-feira (28), mas, segundo Ribeiro, pode estender-se até 6 de março.

“Não há mal em aguardar até após o Carnaval para que eles entreguem esse material”, avalia. “Até agora, não recebi nenhuma comunicação da parte dos taxistas. Eles tinham prazo até 31 de janeiro para informar qual instituição seria contratada para fazer o estudo para eles, mas eles ainda não me informaram qual será. Disseram apenas que teriam o material pronto até dia 28”, completa. A prefeitura pode solicitar ainda uma nova prorrogação de prazo para concluir seu próprio estudo sobre a continuidade dos táxis no corredores fora dos horários de pico.

Ribeiro esteve com o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, entre as 13h e as 14h30 de hoje, para uma reunião de trabalho sobre mobilidade urbana, mas, de acordo com Lopes, “nenhuma nova ação foi discutida”.