Prioridade

Haddad cobra mudança do pagamento da dívida municipal já este ano

Renegociação dos débitos com a União foi considerada prioridade pelo prefeito, que afirmou ainda que o país depende de São Paulo para crescer e defendeu o freio no Orçamento

Haddad confirmou que o reajuste da passagem de ônibus será adiado para maio ou junho e ficará abaixo da inflação (Foto: prefeitura)

São Paulo – Em entrevista à Rádio Estadão, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse hoje (15) que o governos federal depende de São Paulo para fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer. Ele ainda afirmou que “não há contradição entre o desenvolvimento nacional e desenvolvimento de São Paulo. É uma via de mão dupla”.

O prefeito ressaltou que entre as prioridades de 2013 está a renegociação da dívida municipal com a União. Haddad criticou os juros cobrados nos pagamentos das dívidas, e também afirmou que seu governo irá tentar firmar parcerias com o governo federal e com a iniciativa privada.

A presidenta Dilma Roussef encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei complementar para alterar as condições do pagamento da dívida. Haddad afirmou que irá fazer pressão junto aos presidentes da Câmara e do Senado para que o projeto seja aprovado. “Para nós, é essencial que ele seja aprovado em 2013. É a retomada dos investimentos que vai fazer São Paulo se reencontrar com seu padrão de desenvolvimento habitual.”

O congelamento de R$ 5,2 bilhões do orçamento – 12,3% da arrecadação estimada para 2013 – também foi comentado por Haddad. De acordo com ele, “não há nenhuma obra licitada que estará parada ao longo do ano, as obras vão aguardar licitação”. O prefeito ainda afirmou que a suspensão de parte do orçamento é um “procedimento natural”. “Se você não segura a rédea da máquina logo no começo, depois o controle fica difícil.”

Haddad também afirmou que o aumento da tarifa de ônibus, adiado para 1º de junho, ficará abaixo da inflação. “Meu compromisso é dar um reajuste inferior à inflação. (A inflação) tem de ser o teto e não a meta.” De acordo com ele, a decisão de adiar o aumento para junho foi influenciada por uma conversa que teve com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o efeito que o aumento exerceria nos índices oficiais de aumento de preços.

“Entre janeiro e fevereiro, todas as tarifas são ajustadas. A questão da educação particular, do material escolar, ônibus. Muita coisa para administrar no começo do ano. Isso afeta as expectativas do mercado sobre a inflação. Então, se nós pudermos diluir ao longo do ano os aumentos contratuais isso vai facilitar a vida da gestão e do combate à inflação”, disse.

Uma reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi sinalizada por Haddad, com o objetivo de tratar sobre a integração do bilhete único mensal para ônibus com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). “É um direito do cidadão ter um instrumento que fixa um teto do gasto com transporte público”, disse.

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