Brasília – Embora a presidenta Dilma Rousseff tenha por hábito discutir as negociações do governo com o Congresso nas reuniões da articulação política, todas as segundas-feiras, a presidenta conversou hoje (9), por mais de uma hora, com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, sobre como acelerar a votação da proposta de Orçamento Geral da União (OGU). A preocupação principal do Executivo se dá, principalmente, pelo fato de o relator da proposta, deputado Ricardo Barros (PP-PR), ter dado sinais de que pode não incluir recursos que estão programados para a recriação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o que pode atrapalhar a programação financeira do Executivo.

Caso isso aconteça, será necessário estudar uma outra opção para que a proposta venha a apresentar alternativas que permitam  manter o volume orçamentário considerado ideal para 2016 – e o temor do Executivo, conforme informações de integrantes do Palácio do Planalto, é de que isso atrase ainda mais a votação da matéria.

Por conta disso, Jaques Wagner se reuniu, durante a manhã, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para conversar sobre o assunto e pedir apoio no sentido de dar celeridade à tramitação do OGU. Foi o relato dessa conversa que ele levou para a presidenta, logo depois.

Além desta matéria destacada, também preocupam o governo a votação de outras três propostas: a de Desvinculação de Receitas da União (DRU), a mudança na meta fiscal e, agora, o projeto de lei para repatriação de recursos no exterior. Este último, por ter tido a forma original com que o texto chegou ao Congresso totalmente modificada, teve votação adiada pela segunda vez, esta semana.

A presidenta e o ministro da Casa Civil pretendem aproveitar o final de semana para estreitar conversas com os parlamentares por telefone, de forma a ser criada uma espécie de força-tarefa no sentido de trabalharem para que essas matérias passem a ter um novo ritmo de tramitação a partir de segunda-feira.

“Com tudo o que tem acontecido, a situação de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, os novos rumos da Operação Zelotes e outros assuntos que tomaram o noticiário, deputados e senadores terminaram ficando meio perdidos esta semana e focando o trabalho mais em repercussão de todos esses casos. A intenção do governo é fazer com que se empenhem por essas matérias com toda força, daqui por diante, no período que falta até o final do ano para o encerramento dos trabalhos do Congresso”, afirmou um integrante do Palácio do Planalto.

O assunto será detalhado na reunião da articulação política de segunda-feira (9) que contará com a presença de 11 ministros e dos líderes partidários da base aliada no Congresso.

* Com agências