Gilmar Mendes vota pela rejeição de denúncia contra Palocci

Presidente do STF é o primeiro a manifestar voto no caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa

O advogado do ex-ministro Antonio Palocci afirmou que seu cliente “não tem nada a ver” com o caso (Foto: REUTERS / Caetano Barreira)

BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, votou nesta quinta-feira (27) pelo arquivamento da denúncia por quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa contra o ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).

Relator do caso, Mendes foi o primeiro a votar no julgamento do processo, que, se arquivado, poderá abrir caminho para o futuro político do parlamentar nas eleições de 2010. Os demais ministros do Supremo ainda se pronunciarão sobre o caso.

“A análise exaustiva dos autos permite concluir que não há elementos mínimos que apontem para a iniciativa do então ministro da Fazenda e menos ainda de que Palocci tenha cometido parte em consulta, emissão e entrega do extrato da conta-poupança de Francenildo dos Santos Costa”, disse o relator ao ler o seu voto.

Ocorrido em 2006, o escândalo envolvendo Palocci custou-lhe o cargo e o status de nome natural dentro do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Se a maioria dos ministros decidir pela rejeição da denúncia, como esperam colegas de partido de Palocci e o próprio Lula, o ex-ministro fica livre para assumir um papel de protagonista nas eleições do ano que vem, que poderia envolver a disputa pelo governo de São Paulo.

Em 2006, Francenildo relatou à imprensa que Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), encontrava-se com lobbistas em uma casa de Brasília, suposto local de distribuição de dinheiro e festas privadas.

Depois da denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e divulgado para a imprensa por conta de um alto valor depositado em sua conta. O dinheiro poderia justificar a tese de que ele estava a serviço da oposição.

Francenildo alegou que o dinheiro viera de seu pai, que faria os depósitos em segredo por ele se tratar de um filho ilegítimo.

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