Secretário de Habitação de Haddad promete se reunir com movimentos populares

José Floriano de Azevedo Marques Neto diz à RBA que nunca teve contatos com ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), do PP, nem com prefeito eleito, e que foi indicado por funcionários da Caixa

Movimentos de moradia temem retrocessos na política de habitação na cidade de São Paulo (Foto: Maurício Morais/Arquivo/RBA)

São Paulo – O futuro secretário de Habitação de São Paulo, o engenheiro e empresário José Floriano de Azevedo Marques Neto, disse que não espera ter problemas com os movimentos de moradia popular a partir de janeiro, quando assume o cargo. “Na primeira semana eu quero marcar uma reunião com todos eles”, disse. A indicação do PP para assumir a pasta abriu uma crise entre Haddad e movimentos populares de São Paulo, que esperavam alguém com uma proximidade maior com as bandeiras pela democratização do acesso à moradia. 

Na reunião ele vai expor o fato de não ter seguido uma carreira política e não ter vínculos com nenhum dos dois partidos envolvidos na questão, o PP e o PT. “Nunca fiz carreira política, minha atuação na área é como empresário e vou seguir o programa de governo do Haddad, que foi feito inclusive com a participação dos movimentos populares”, disse.

Marques Neto afirma que não é filiado a nenhum partido e que não tinha contatos anteriores nem com Haddad nem com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), que o indicou para o cargo. Segundo ele, os contatos que o levaram a assumir a função de secretário foram feitos por meio de engenheiros da Caixa Econômica Federal que estavam incumbidos pelo ministro de encontrar alguém com afinidade na área. “Apontaram meu nome e eu fiquei sabendo por meio dos engenheiros da Caixa, aí enviei meu currículo”, diz. O empresário disse que, a partir daí, fez contato com o ministro Aguinaldo Ribeiro e depois com Haddad.

A Caixa é a principal financiadora do Minha Casa, Minha Vida, responsável pela contratação de um milhão de moradias populares no país durante a primeira fase, e com estimativa de chegar a outros dois milhões na segunda etapa, que vai até 2014.

Ele também afirma que nunca teve contato com o deputado federal Paulo Maluf (PP). Maluf  e sua influência em órgãos públicos de habitacão, como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e o próprio Ministério das Cidades, é o principal motivo que levou os movimentos de moradia popular a se indisporem com Haddad por conta da indicação do secretário de Habitação ficar a cargo do partido.

Para eles, Maluf criminalizou os movimentos populares quando foi governador do estado e prefeito do município de São Paulo e não atendia às reivindicações dos movimentos de moradia popular.

Marques Neto é dono da Azevedo Marques Engenharia Ltda e afirma que atua no setor de habitação há mais de 30 anos, com experiência em habitação para famílias de baixa renda e no programa Minha Casa, Minha Vida, com maior atuação no interior paulista. “A construção de 50 mil unidades do Minha Casa Minha Vida é um dos principais pontos do programa de governo na área de Habitação de Fernando Haddad e eu serei um executor do programa dele, que é um programa muito denso”, disse. Na realidade, a promessa é de 55 mil moradias até 2016. 

Marques Neto disse que vai se afastar de sua empresa e trocar Espírito Santo do Pinhal (SP), sede da empresa e onde mora atualmente, por São Paulo. Ele disse que ainda não definiu os nomes para sua equipe e quem vai ocupar a Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab). “Estou consultando”, disse.