São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nesta terça-feira (21) um alerta sobre a independência da Petrobras. De acordo com a entidade sindical, existe uma articulação política nos bastidores de grupos parlamentares para minar a autonomia e o papel do governo federal à frente da estatal. Há rumores de novas investidas do chamado Centrão para ampliar seu poder, o que poderia resultar inclusive na substituição do presidente da empresa pública, Jean Paul Prates.

Os representantes dos trabalhadores consideram positiva a gestão de Prates, que vem reconstruindo a relevância da estatal após ataques privatistas do governo Jair Bolsonaro (PL). Então, sua saída seria uma derrota. A FUP afirma ver com “preocupação” as movimentações e que “isso é prejudicial à própria empresa, aos trabalhadores, ao governo e, sobretudo, ao povo brasileiro”.

“A avaliação é também do presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT), Geraldino Teixeira. Segundo ele, a Petrobras, “a maior empresa do país, estratégica, não deve ser envolvida em situações de busca de espaço de poder dentro do governo”.

Em discussão

Para os líderes sindicais, os ataques fragilizam a empresa. A FUP luta por alterações na representação do conselho de administração da Petrobras. “Os seis conselheiros indicados pelo governo deveriam ser da total confiança do presidente Lula”, diz o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

No meio do ano, Prates chegou a relatar pressões políticas em sua gestão. “É uma campanha de desestabilização”, disse em julho. Então, na tarde de hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou reunião com Prates para tratar do tema. Também participaram o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Prates, ao sair da reunião, disse que amanhã haverá uma nova rodada de discussões. Além das pressões, o presidente da Petrobras limitou-se a comentar que não houve pedidos do governo para baixar os preços dos combustíveis e que estará na mesa também o plano estratégico 2024-2028 da empresa.

Leia a íntegra do comunicado da FUP sobre a Petrobras

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2023 – “A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta com preocupação para mais uma articulação política visando o controle da Petrobras, num movimento prejudicial à própria empresa, aos trabalhadores, ao governo  e sobretudo ao povo brasileiro”.

A declaração é do coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ao comentar pressões contra a atual administração da Petrobras, que, no entender de Bacelar, fazem parte de tentativas de um bloco parlamentar para ampliar poder.

A avaliação é compartilhada pelo presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT), Geraldino Teixeira. Segundo ele, a Petrobras , “a maior empresa do país, estratégica, não deve estar em situações de busca de espaço de poder dentro do governo”.

Para os líderes sindicais, os ataques fragilizam a empresa. A FUP luta por alterações na representação do conselho de administração da Petrobras. “Os seis conselheiros indicados pelo governo deveriam ser da total confiança do presidente Lula”, diz o dirigente da FUP.