Força do Estado

Petrobras busca ampliar produção e valorizar trabalhadores

Em evento de 70 anos de Petrobras, com mensagem de Lula, trabalhadores e presidente da empresa discutiram o futuro da estatal

Reprodução/FUP
Reprodução/FUP
“Nós precisamos retomar uma série de atividades que foram retiradas do Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES)”

São Paulo – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defende a ampliação dos trabalhos da Petrobras. Para isso, destaca a importância de estabelecer uma relação construtiva com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além de destacar a retomada do pioneirismo da exploração de petróleo no Brasil, ele defende processo de obtenção de licenças para a perfuração de poços de petróleo na Margem Equatorial. Esta vasta área marítima se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, abrangendo o trecho que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte.

Devido ao significativo potencial atribuído a essa região, o governo chama a área da Margem Equatorial como “novo pré-sal”. Prates explicou que o período exploratório de um contrato de concessão pode variar de três a nove anos. Isso, de acordo com o processo de licenciamento. Contudo, ele ainda pode ocupar pelo menos um terço desse período, podendo chegar a dois terços em alguns casos.

Na segunda-feira (2), o Ibama renovou a licença de operação para a Petrobras perfurar dois poços na Bacia Potiguar, que abrange o litoral dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. Porém, o impasse permanece. Em maio, o Ibama negou a licença para a perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, localizada no litoral dos estados do Pará e Amapá. Embora essa área seja considerada de grande potencial, sua localização em uma região de extrema sensibilidade socioambiental levou o Ibama a barrar a autorização, citando “um conjunto de inconsistências técnicas” como motivo.

Prates argumenta que a estatal já cumpriu os estudos de qualificação necessários para a exploração. “Tudo vai depender do Ibama, é o órgão ambiental que, nesse momento, vai dar o ritmo do atendimento dessas licenças”, disse. Ao todo, são 16 poços na região.

Valorização da Petrobras

Em evento hoje (3), no Rio de Janeiro, governo e trabalhadores celebraram os 70 anos da Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) ressaltou que as discussões sobre os rumos da estatal são positivas. O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, também celebrou a retomada da valorização da empresa pública e de seus funcionários, tão escanteados pelo governo anterior de Jair Bolsonaro (PL).

Bacelar, então, destacou conquistas históricas da empresa. Entre elas, o pioneirismo na exploração de petróleo em regiões profundas, o pré-sal. Bacelar destacou que essa conquista “saiu das mentes e mãos de petroleiros e petroleiras” que trabalham no centro de pesquisa e completou: “Nós precisamos retomar uma série de atividades que foram retiradas do Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES)”.

Prates, então, concordou com a representação dos trabalhadores. Ele lembrou do lema do governo Lula: união e reconstrução. “Chegamos a 2023 com desafios tão grandes quanto os que tínhamos em 1953; o mundo está em transformação, a sociedade exige cada vez mais uma variedade de fontes energéticas que possibilitem a redução das emissões de carbono e um equilíbrio ambiental fundamental para o futuro do planeta. O mundo todo, especialmente os brasileiros e brasileiros, exigem nas empresas uma atuação responsável e segura. Confiança e transparência, eficiência lucrativa e socialmente responsável, focada no bem-estar das pessoas dentro e fora da companhia.”

Fala de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu pessoalmente ao evento. Isso porque ele se recupera de uma operação para tratar de uma artrose no quadril. Contudo, ele fez questão de enviar uma mensagem aos trabalhadores e aos brasileiros interessados na mais importante estatal do país. “Tenho tanto orgulho e estou muito feliz com estes 70 anos da empresa mais importante do Brasil”, disse.

“A grandeza da Petrobras é resultado da competência, dos incentivos e do apoio tecnológico de todos os funcionários, engenheiros, geólogos e operários da empresa. Espero que a Petrobras viva muitos mais anos, mesmo quando o petróleo acabar, ainda assim será a maior empresa deste país, é só a gente acreditar, investir e pesquisar, e ninguém sabe fazer isso melhor do que a Petrobras”, completou o presidente.