cartel e propina

‘Falha administrativa’ faz Justiça suíça desistir de investigar suspeitos de propinas em SP

Procurador Rodrigo de Grandis alega ter mandado pedido de investigação sobre propinas no governo de São Paulo para a pasta errada, o que fez processo ser esquecido

MPBA.ORG.BR

De Grandis, o procurador que alega ter errado a pasta de pedido de investigação de suspeitos de corrupção em SP

São Paulo – O Ministério Público da Suíça comunicou na semana passada que decidiu arquivar investigações sobre três suspeitos de intermediarem pagamentos de propina a agentes públicos do governo de São Paulo pagos pela Alstom para influir nos resultados de licitações para obras e serviços no Metrô e na CPTM.

A razão alegada para o fim das investigações foi a falta de cooperação por parte do Ministério Público Federal brasileiro, que não atendeu o pedido – feito em 2012 – para investigar a movimentação financeira dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de intermediar as propinas pagas pela Alstom, e do ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, que teria recebido US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça. Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira teriam sido os responsáveis pelos repasses a Zaniboni. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O pedido das autoridades suíças foi recebido pelo procurador da República em São Paulo Rodrigo de Grandis – , responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom no Brasil –, que alega ter havido uma “falha administrativa” para não ter atendido às solicitações. Segundo declarou ao jornal, o pedido da Suíça foi arquivado numa pasta errada e isso só foi descoberto na quinta-feira (24).

Como nenhum pedido foi atendido, nesta semana autoridades brasileiras foram informadas de que o Ministério Público da Suíça desistiu de contar com a colaboração do Brasil e decidiu arquivar parte das suas investigações.

O único que continua sendo investigado, conforme a Folha, é Arthur Teixeira, controlador da empresa Gantown, sediada no Uruguai, que teria feito repasses da Alstom para Zaniboni entre 1999 e 2002. Zaniboni afirma que o dinheiro se referia a serviços de consultoria prestados antes de sua chegada à CPTM.

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