cada vez mais enrolado

Anderson Torres continua preso após audiência de custódia

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF teve prisão decretada por suspeita de omissão, que facilitou ação de bolsonaristas terroristas no domingo (8). Para complicar, PF encontrou em sua casa minuta de decreto golpista, para mudar resultado das eleições

Wilson Dias/Agência Brasil
Wilson Dias/Agência Brasil
o então ministro da Justiça Anderson Torres e seu então chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

São Paulo – O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, seguirá preso, conforme determinado após audiência de custódia concluída na tarde de hoje (14). Desde a manhã deste sábado está detido no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal. Ainda não foi divulgado se será mantido nesse batalhão ou se será levado para outra unidade prisional. Segundo o portal Uol, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu a continuidade de sua prisão.

Ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal nomeado em 2 de janeiro pelo governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), Torres estava nos Estados Unidos e foi preso pela Polícia Federal hoje pela manhã, ao chegar a Brasília.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão de Torres na terça-feira (10) por omissão, medida que foi respaldada pelo plenário do STF. A suspeita é que o ex-secretário tenha atuado em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares para facilitar a ação dos terroristas bolsonaristas no domingo (8), o que ele nega.

O então comandante da PM do DF, coronel Fábio Augusto Vieira, também teve a prisão decretada por Moraes e já se entregou.

Anderson Torres, antes de ser preso, estava nos Estados Unidos

Torres estava em Miami, nos Estados Unidos. E segundo a Globo News, comprou passagem usando seu nome incompleto para despistar as autoridades. Ele embarcou no aeroporto de Miami nesta sexta-feira (13). Sua chegada era esperada para esta sexta-feira.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que, se Torres não se apresentasse até segunda-feira (16), o governo adotaria medida drástica. “Nós desejamos que ocorra, porque isso vai possibilitar o andamento das apurações. Caso a apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos internacionais, vamos deflagrar na próxima semana os procedimentos voltados à extradição, uma vez que há ordem de prisão”, disse.

A situação do ex-ministro aliado de Bolsonaro se complicou esta semana após a divulgação de uma minuta de decreto golpista que a Polícia Federal encontrou em sua casa, alvo de mandado de busca e apreensão. Trata-se de tentar instituir o chamado estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na prática, uma intervenção sob pretexto de apurar supostos abuso de poder, suspeição e medidas ilegais que seriam atribuídas à presidência do tribunal durante o processo eleitoral.

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(Com g1)