Em meio a denúncias, Demóstenes Torres deixa liderança do DEM no Senado e pode ser expulso do partido

Demóstenes Torres pediu o afastamento do cargo por meio de carta eviada ao presidente de seu partido (Foto:José Cruz/ABr) São Paulo – O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) anunciou hoje (27) […]

Demóstenes Torres pediu o afastamento do cargo por meio de carta eviada ao presidente de seu partido (Foto:José Cruz/ABr)

São Paulo – O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) anunciou hoje (27) o pedido de afastamento da liderança do partido no Senado em carta enviada ao presidente nacional da sigla, José Agripino Maia. “A fim de que possa acompanhar a evolução dos fatos noticiados no últimos dias, comunico a Vossa Excelência meu afastamento da Liderança do Democratas no Senado Federal”, disse o parlamentar, um dos principais líderes da oposição.

No documento, ele não menciona a investigação sobre o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo, realizada em fevereiro pela Polícia Federal. Relatórios revelaram mais de 300 ligações telefônicas entre o senador e Cachoeira, acusado de comandar uma máfia de exploração de jogos ilegais. Depois disso, surgiram relatórios mostrando que Demóstenes pediu dinheiro emprestado ao contraventor. 

Agripino Maia, que assumiu a liderança da bancada no Senado, lembrou o caso de José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, expulso da sigla após a eclosão do chamado “mensalão do DEM”, em 2010. “Eu não quero dizer que a expulsão é provável porque eu não conheço as acusações e não quero fazer um julgamento antecipado. Agora, posso dizer apenas que o partido já teve, em circunstâncias preocupantes, um comportamento claríssimo que o Brasil todo conheceu. E não vai hesitar um minuto em repetir a dose se as evidências se mostrarem iguais”, disse.

Ontem (26), senadores de vários partidos utilizaram a tribuna do plenário para pedir que a Procuradoria Geral da República instaure inquérito para apurar as ligações entre os dois. O procurador-geral, Roberto Gurgel, diz ter recebido em 2009 documentos informando sobre essa conexão, mas afirma que preferiu esperar os desdobramentos das investigações da PF. Também ontem, o Tribunal Regional Federal(TRF)  da 1ª Região negou pedido de liberdade provisória a Cachoeira. 

Hoje, Gurgel informou a um grupo de parlamentares que vai encaminhar ao STF pedido de investigação de Demóstenes. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que participou da reunião, disse que vai aguardar a abertura de inquérito contra Demóstenes para, então, abrir representação contra ele no Conselho de Ética do Senado. “Claramente me parece que não tem mais condições para o senador Demóstenes aqui, no âmbito do Senado Federal. Eu, se fosse o senador Demóstenes, acho que a única alternativa que restaria neste momento seria a renúncia. Da nossa parte, ocorrendo a denúncia da PGR ao Supremo com o pedido de abertura de inquérito, torna-se inevitável que aqui sejam representados os membros envolvidos na Operação Monte Carlo ao Conselho de Ética”, disse o líder do PSOL.

Com informações da Agência Brasil

Leia também

Últimas notícias