Rumo ao STF

Dino inicia agendas no Senado por apoio: ‘Quem vai ao Supremo deixa de ter lado político’

“No momento em que o presidente faz a indicação, eu mudo a roupa que eu visto. A roupa hoje é em busca desse apoio do Senado”, afirmou Dino ao lado do senador senador Veneziano Vital do Rêgo, que substitui Rodrigo Pacheco, em viagem ao Oriente Médio

Reprodução/Youtube
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"Fui deputado federal, governador, juiz federal, e cada função tem uma característica e tem um estilo"

São Paulo – Indicado pelo preisdente Lula (PT) a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, começou nesta quarta-feira (29) as visitas ao Senado, onde será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 13 de dezembro. Depois da CCJ, o nome será submetido a votação secreta no plenário. São necessários pelo menos 41 votos favoráveis.

Pela tradição, os indicados à vaga no STF fazem reuniões e visitas a gabinetes de senadores em busca de apoio. Dino foi recebido pelo presidente em exercício da Casa, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e afirmou a jornalistas estar tranquilo. O presidente Rodrigo Pacheco (PP-PSD) está em viagem com Lula no Oriente Médio.

“Quem vai ao Supremo, ou pretende ir ao Supremo, evidentemente ao vestir uma toga deixa de ter lado político”, disse. “Para mim, eu não olho se é governo, se é oposição, se é do partido A, B ou C, eu olho para o país, olho para a instituição”, afirmou Dino.

“No momento em que o presidente da República faz a indicação, evidentemente que eu mudo a roupa que eu visto. E essa roupa hoje é em busca desse apoio do Senado. A roupa que, se eu mereço essa aprovação, é a roupa que eu vestirei sempre, independe de governo e oposição”, acrescentou.

Zero 1 fala em ‘obrigação moral’

O provável futuro ministro do STF vai enfrentar postura agressiva da oposição bolsonarista. A começar do principal líder da extrema-direita neofascista no Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “O Senado Federal tem a obrigação moral de rejeitar o nome do perseguidor de políticos, Dino, para o STF”, pediu o filho zero 1 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua conta na rede X, antigo Twitter.

“O perfil combativo é próprio da política. Evidentemente, quando você muda de função, você muda também o perfil da sua atuação. Fui deputado federal, governador, juiz federal, e cada função tem uma característica e tem um estilo”, disse Dino ao lado de Vital do Rêgo. Apesar da resistência extremista, o bolsonarismo só deve provocar barulho e a aprovação do nome de Dino é considerada praticamente certa.

Cármen Lúcia: “Nos sentimos honrados”

Nesta terça-feira (28), a ministra do STF Cármen Lúcia, apesar de ter se tornado a única mulher do tribunal após a aposentadoria de Rosa Weber, declarou apoio e elogiou o indicado por Lula.

“É um homem com notável saber jurídico e que dispõe de comprovada dedicação à causa pública. Todos do tribunal e eu mesma, que convivo há muitos anos com o Ministro Dino, nos sentimos honrados com sua chegada”, disse a ministra.