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Dilma e Mujica inauguram no Uruguai Parque Eólico Artilleros

Foi o último ato público do presidente uruguaio, que amanhã transfere o cargo para Tabaré Vázquez

roberto stuckert filho/pr

Dilma: “Mujica comove a todos os cidadãos latino-americanos e do mundo, que possuem os compromissos de melhorias de vida”

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff viajou hoje (28) para o Uruguai, onde participa neste domingo da posse do futuro presidente, Tabaré Vázquez. Em Tarariras, ao lado do presidente José Pepe Mujica, Dilma inaugurou no início da tarde o Parque Eólico Artilleros, em Tarariras, construído pelos dois países por meio de parceria entre as empresas Eletrobras e UTE/Uruguai. De acordo com o governo uruguaio, o empreendimento custou US$ 103 milhões e será capaz de gerar cerca de 65 megawatts de energia. Parte dos investimentos foi financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina.

SOBRE LEVY E DESONERAÇÃO

“Se não fosse importante, já teríamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo”, declarou Dilma Rousseff, antes da inauguração do Parque Eólico Artilleros. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem que a desoneração da folha de pagamento, extinta pela MP 669, desta sexta-feira (27), foi “grosseira” e uma “brincadeira” que custa R$ 25 bilhões por ano. Segundo Dilma, a desoneração da folha é um instrumento que vai permanecer. “Agora, em certas conjunturas, temos de reajustá-los, ou para cima, ou para baixo.”

Dilma declarou que a obra de Artilleros mostra que é possível realizar a integração entre os países da América Latina com vantagens para todos os envolvidos. “Este parque eólico transforma tanto as condições para o Brasil, quanto para Uruguai. quando tiver sobrando energia aqui, nos iremos comprá-la. Quando ocorrer o oposto, vamos transferir para cá. Com isso, os dois países saem ganhando.”

“Essa obra tem um significado político e ele mostra que é possível, sim, a integração”, afirmou citando o atual momento brasileiro de dificuldade na geração de energia hídrica.

O parque faz parte da estratégia de internacionalização da Eletrobras, que busca melhorar a competitividade e a geração de valor para a empresa.

Pepe Mujica teve como último ato na presidência do Uruguai a inauguração do parque eólico. “Em todos os momentos, tive provas de que Pepe Mujica é uma pessoa comprometida com todos os mais importantes interesses não só do Uruguai, como também do Brasil e da América Latina. Mujica comove a todos os cidadãos latino-americanos e do mundo, que possuem os compromissos de melhorias de vida, valores sociais e, sobretudo com a democracia e os direitos humanos”, declarou Dilma.

A presidenta embarca no fim da tarde para Montevidéu, ao lado de Mujica, onde participa amanhã da cerimônia de posse presidencialk. Tabaré Vázquez sucederá a Mujica no terceiro mandato consecutivo da Frente Ampla no poder, que ajudou a aprovar projetos de lei como a legalização do aborto, do casamento de pessoas do mesmo sexo e do consumo, da produção e venda de maconha.

Logo depois, no início da tarde, Dilma retornará ao Brasil. Ela desembarcará no Rio de Janeiro, onde participa de dois eventos em comemoração dos 450 anos da cidade: a inauguração do Túnel Rio 450 e a cerimônia oficial promovida pela prefeitura carioca.

Ontem, durante a inauguração do Parque Eólico de Geribatu e o Sistema de Transmissão Associado Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, Dilma disse que as obras, somando investimentos de R$ 2 bilhões orçados no PAC2, têm objetivo de dar segurança energética ao Brasil. Com 258 MW de potência instalada (129 aerogeradores em 4,8 mil hectares), Geribatu é o maior dos três parques que compõem o Complexo Eólico Campos Neutrais, o maior da América Latina. Essa é uma das minhas prioridades, pela qual luto há muitos anos”, disse a presidenta.

Dilma destacou que o Brasil precisará sempre de energia para crescer, principalmente de energia elétrica, lembrando que o país vive uma das piores secas da história, que impacta o fornecimento de energia hidrelétrica, a maior parte da matriz energética nacional. “Isso não significa que vamos ter qualquer problema sério, ou mais sério, na área de energia elétrica. Não iremos ter. Porque temos todo um sistema de segurança”, mas que deve ser usado sem desperdícios.”

Com informações da Agência Brasil, Blog do Planalto e Brasil 247