FMI

Dilma não aceita que FMI imponha “certos critérios” a outros países

Presidenta afirma que Brasil deve aumentar participação no Fundo Monetário Internacional e considera que a virada na história do país se deu quando 'nos livramos' dele

Dilma Rousseff considera que o Brasil não pode pagar por uma “crise que não é dele” (Foto: Roberto Stuckert. Presidência da República)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou que não vai aceitar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) imponha a outros países aquilo que era exigido do Brasil no passado. “Jamais aceitaremos, como participantes do Fundo Monetário, que certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países”, disse em Porto Alegre ao anunciar que o país vai aumentar sua participação no FMI.

Durante o lançamento do pacto Brasil sem Miséria com governadores da região Sul, Dilma ressaltou o legado recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao indicar que a virada na história do Brasil se deu quando “nos livramos” do FMI.

Ao mesmo tempo, ela voltou a pontuar que o Brasil está bem preparado para enfrentar a segunda parte da crise financeira internacional, que vem afetando especialmente os Estados Unidos e a União Europeia. Esta semana, dados divulgados pelo Banco Central voltaram a apontar para um crescimento menor da economia brasileira por conta da redução do nível de investimento. O Ministério da Fazenda admitiu rever para baixo sua previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), entre 3,5% e 4%.

Dilma voltou a defender a importância do mercado interno como a principal arma frente às dificuldades externas, assim como se fez durante a primeira etapa da crise, entre 2008 e 2009. “Não, não vamos deixar que o Brasil pague por uma crise que não é dele”, destacou, novamente lamentando as políticas recessivas adotadas nas décadas de 1980 e 1990.

Ao mesmo tempo, a presidenta admitiu, como tem feito o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que uma piora no quadro externo, em especial na China, pode acabar por ter efeitos negativos para o país. “Nós não somos uma ilha, de uma forma ou de outra nós somos atingidos pela crise através da redução do consumo em todas as regiões do planeta”.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil