Dilma defende papel do Brasil para crise ‘menos dolorosa e mais rápida’ na Europa

Dilma afirmou que o Brasil será sempre um parceiro e fará de tudo o possível para o fim da crise na Europa (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR) São Paulo – A […]

Dilma afirmou que o Brasil será sempre um parceiro e fará de tudo o possível para o fim da crise na Europa (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A crise financeira que abala as nações europeias e os Estados Unidos ocupou novamente o centro dos discursos da presidenta Dilma Rousseff no giro por nações do Velho Continente. No primeiro dia na Bulgária, nesta quarta-feira (5), ela reafirmou a necessidade de que se encontrem mecanismos conjuntos nas políticas macroeconômicas e na regulação do capital financeiro.

“Estejam seguros de que o Brasil será sempre um parceiro e fará todo o possível para que esta crise tenha uma solução menos dolorosa e mais rápida”, afirmou Dilma, durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Bulgária, realizado em Sófia.

Dilma manifestou satisfação pelos contratos fechados pela Embraer para o fornecimento de aviões a empresas búlgaras, e acrescentou que uma fabricante brasileira de ônibus está participando de uma licitação local. Por outro lado, ela ponderou que a forte atuação búlgara no setor de fertilizantes pode ser importante à agricultura brasileira.

“Sempre, numa relação comercial, para ela ser estável, tem de ter equilíbrio. Eu acredito também que, na medida em que a Bulgária integra a União Europeia, nós tenhamos uma relação, também, muito produtiva por esse lado”, disse, durante conversa com jornalistas. A presidenta lembrou que as nações do bloco são, somadas, o principal parceiro comercial brasileiro, à frente até da China e dos Estados Unidos – principais parceiros consideradas isoladamente as nações.

Segundo o Itamaraty, o fluxo comercial com a Bulgária foi de US$ 147 milhões em 2010. Neste ano, até agosto, as trocas estão em US$ 110 milhões, ponto que foi abordado pela presidenta, que lembrou que a crise financeira estancou o crescimento das relações entre as duas nações. 

Apesar de protestos publicados em artigos e editoriais publicados em jornais da velha mídia brasileira, Dilma expôs mais uma vez sua leitura de que as nações ricas estão equivocadas ao adotar cortes de gastos sociais como resposta aos problemas econômicos. “O que gerou a crise é reafirmado e prescrito como terapia”, pontuou. Ela acrescentou que seu governo havia apostado em uma política de regulação dos bancos, para evitar expansão descontrolada do crédito e da especulação do mercado financeiro.

Dilma acredita que a resposta à crise passa por manter níveis seguros sobre os fundamentos básicos da economia sem comprometer o crescimento e a inclusão social. “No Brasil, resistimos à crise porque apostamos no fortalecimento do nosso mercado doméstico, na expansão do emprego, da renda e do consumo de nossa população; na expansão dos investimentos sociais; em infraestrutura, na indústria e na agricultura.” 

Laços afetivos

Dilma comentou também a visita que fará, nesta quinta-feira (6), a Gabrovo, cidade natal do pai, Pedro Rousseff. Ela disse que desde a organização da visita à Bulgária houve um cuidado para que a viagem de laços afetivos se transformasse também em uma oportunidade para o Brasil. “Fico sensibilizada como brasileira porque enxergo nessas homenagens à minha pessoa uma homenagem ao meu país. No orgulho de vocês pela ‘presidenta búlgara’ do Brasil, vejo uma celebração do Brasil multicultural – do país plural que, ao longo da História, abriu suas portas para imigrantes das mais variadas origens, que lá vivem em paz e harmonia”, pontuou, durante jantar oferecido pelo presidente da Bulgária, Georgi Parvanov.

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