compra de votos

Deputada denuncia por crime eleitoral bolsonarista que negou marmita a eleitora de Lula

Márcia Lia denunciou bolsonarista à Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo com base na a Lei Federal n° 4.737/65, que institui o Código Eleitoral. É crime condicionar qualquer benefício ou vantagem para obter ou dar voto, inclusive cestas básicas e marmitas

Reprodução/redes sociais
Reprodução/redes sociais
Cassio Canali pode ser enquadrado na lei eleitoral porque recusar doação por questões partidárias

São Paulo – A líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputada Márcia Lia, registrou queixa de crime eleitoral contra o empresário bolsonarista Cassio Joel Cenali, que no último sábado (10) humilhou a diarista Ilza Ramos Rodrigues, moradora de um bairro de Itapeva, interior paulista. Ao responder que era eleitora de Lula, o empresário disse que aquela seria sua última doação, dizendo que ela passasse a pedir comida ao ex-presidente.

A denúncia foi recebida nesta quinta-feira (15) pelo procurador-chefe da Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo. Na peça, a deputada destaca a gravação feita pelo empresário, que mostra seu diálogo com Ilza, deixando explícita a humilhação. E também a afirmação da suspensão da doação, tendo a opção eleitoral dela como justificativa.

A parlamentar ressaltou que a Lei Federal n° 4.737/65, que institui o Código Eleitoral, define como pena de natureza eleitoral condicionar ofertas de qualquer benefício ou vantagem para obter ou dar voto, assim como distribuir mercadorias, prêmios, brindes, cestas básicas para propaganda ou aliciamento de eleitores.

No documento, a líder do PT destaca que o ato efetuado e gravado contra Ilza “fere flagrantemente a legislação eleitoral” que considera a compra ou tentativa de compra de votos como crime e pede que o Ministério Público instaure procedimento para apuração do ocorrido.

O empresário bolsonarista entrou também na mira do Ministério Público Federal (MPF). O coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia apresentou notícia-crime, pedindo investigação de fraude pelo recebimento de cerca de R$ 5.000 em auxílio emergencial do governo federal. Entre abril de 2020 e outubro de 2021, ele teria embolsado 15 parcelas do auxílio que deveria ser pago apenas a pessoas pobres, como Ilza.

O coletivo pede também apuração de suposta prática de compra de votos por meio da entrega de marmitas a pessoas em situação de vulnerabilidade.

O e-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, homenageou a moradora de Itapeva durante seu encontro com lideranças de cooperativas nesta quinta-feira (15), em São Paulo.

“Dona Ilza foi humilhada de modo cruel por alguém sem caráter, sem humanismo. Um proprietário de terra que recebeu auxílio emergencial. Só podia ser uma pessoa dessas pra ofender alguém como a dona Ilza, que disse que vai votar no Lula com cesta básica ou sem cesta básica”, disse.