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Acerto de deputados para instalação de CPI da USP está fechado

Nomes dos nove componentes da comissão já foram escolhidos, e gravidade da situação nas universidades, com trotes violentos e estupros, promoveu união de forças inédita

USP Imagens

CPI vai apurar violência em trotes e até estupros, que ocorreriam na Faculdade de Medicina da USP

São Paulo – As assessorias da presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo e do deputado Barros Munhoz (PSDB), além da liderança do PT na casa, confirmam que a instalação da chamada CPI da USP está politicamente resolvida e deve acontecer a qualquer momento. Para que a instalação se viabilizasse regimentalmente, era preciso a retirada de CPIs da “fila”, protocoladas antes.

Segundo o deputado Adriano Diogo, autor da proposta da CPI, os nomes dos nove deputados que comporão a CPI já estão, inclusive, definidos. Do PT, o próprio Diogo, que presidirá a comissão, Beth Sahão e Marco Aurélio de Souza; do PSDB, Bruno Covas e Carlos Alberto Bezerra Júnior. Além dos parlamentares dos partidos maiores, farão parte Ulisses Tassinari (PV), José Bittencourt (PSD), Itamar Borges (PMDB) e Carlos Giannazi (Psol). Os procedimentos para a instalação da comissão dependem agora do presidente da Assembleia, o tucano Samuel Moreira.

Com o anúncio, ontem, pelo próprio Munhoz, líder do governo na Assembleia, da retirada de três comissões que estavam na fila antes da CPI das universidades, confirmou-se a instauração da comissão para “investigar as violações dos direitos humanos e demais ilegalidades” nas universidades do estado de São Paulo nos chamados “trotes”, festas e no cotidiano acadêmico.

As três comissões retiradas da fila tratam da prática de cartelização da indústria citricultura no estado, prática de atos de vandalismo e obesidade infantil. Estão em funcionamento as comissões sobre Fundação para o Desenvolvimento da Educação do estado, problemas na telefonia móvel e áreas contaminadas. Só podem funcionar cinco CPIs ao mesmo tempo.

Como o mandato de Adriano Diogo se encerra em 15 de março, a CPI da USP tem até essa data para encerrar seus trabalhos. Candidato a uma vaga na Câmara Federal, o deputado estadual e presidente da Comissão da Verdade no estado de São Paulo não conseguiu se eleger.

Ênfase na Medicina

De acordo com Diogo, a CPI da USP vai focar a violência praticada em escolas públicas e privadas em todo o estado, com ênfase na Faculdade de Medicina da USP, onde os violentos trotes chegaram a casos de estupro.

A gravidade da situação levou a própria liderança do governo a apoiar a instalação da CPI com apoio de parlamentares da situação e oposição. “Isso não é um assunto que se resolve mais com comissão interna (da USP). É um assunto grave, precisa de satisfação à opinião pública”, declarou Barros Munhoz esta semana.

Ontem (2), Diogo comemorou a união de forças entre a liderança do governo e a oposição pela instalação da CPI. “(Ao possibilitar a instalação) nós fugimos dessa lógica perversa de tudo aqui (na Assembleia) ser a favor ou contra o governo”, disse.

“Que estrutura de poder é essa que está acima da Constituição, um estado paralelo onde um comando funciona como uma máfia, coage, inibe e dita as ordens? Isso é muito sério especialmente por se tratar de gente que tem por função natural cuidar da vida e das pessoas”, afirmou também ontem o líder do PT na Assembleia, João Paulo Rillo, em referência à Faculdade de Medicina.