Currículo polêmico

Cotada para assumir presidência da Caixa, Margarete Coelho fez campanha para Bolsonaro

Currículo pragmático: além de ter apoiado a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022 e ser aliada de Lira, ex-deputada foi vice-governadora do Piauí na gestão petista de Wellington Dias

Reprodução/Instagram
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Margarete Coelho (ao fundo, de Rosa) em foto com a ex-primeira dama Michelle e Damares Alves em 2022

São Paulo – Possível nova presidente da Caixa Econômica Federal na reformulação da Esplanada dos Ministérios do presidente Lula, a ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI) já virou polêmica antes mesmo de uma eventual nomeação. Atualmente diretora financeira do Sebrae, Margarete aparece em fotos fazendo campanha para a reeleição de Jair Bolsonaro, em 2022, junto com a própria ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e outras expoentes extremistas do bolsonarismo, como a atual senadora Damares Alves (PL-DF).

Em posts do ano passado, ela apareceu junto a outras mulheres “com Bolsonaro” em várias agendas na campanha para o segundo turno. Aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a ex-deputada já era criticada por não ter experiência em instituição financeira, o que é requisito exigido para presidir a Caixa. Ela é advogada.

O currículo de Margarete revela atuação política pragmática. Além de ter apoiado Bolsonaro em 2022 e ser aliada de Lira, ela foi vice-governadora do Piauí na gestão do petista Wellington Dias (2015 a 2018), ministro do Desenvolvimento Social.

Questão de gênero

Para o PP, ela nem seria o nome principal do partido para o cargo, e sim Gilberto Occhi (que presidiu o banco com Michel Temer) ou Nelson Antônio de Souza (que sucedeu Occhi). Mas Margarete passou a ser favorita por ser mulher. Lula tem sido pressionado em questões de gênero e raça para fazer suas nomeações.

A presidência da Caixa passou a ser um dos postos colocados como “aceitáveis” pelo Centrão nas negociações para a minirreforma ministerial, cujo desfecho Lula vem adiando (leia aqui). A gestão de Maria Rita Serrano, ligada à militância petista, tem sido classificada como muito discreta no Palácio do Planalto.

No entanto, apesar de em Brasília ser dado como certo que ela perderá seu cargo, Rita Serrano vem trabalhando normalmente e diz que há interesses por trás das especulações. “Final de agosto, vivendo em tempos de especulações, que visam desestabilizar o banco, sigo firme na missão de reconstruir a Caixa e trazer boas notícias para o povo brasileiro”, postou ela no Twitter nesta terça (29). Veja o post: