Comissão formada para apurar corrupção no Metrô não tem poder de decisão

caso siemens

São Paulo – A chamada Comissão de Notáveis, formada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para analisar os documentos enviados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a São Paulo sobre favorecimento a empresas em troca de propinas em licitações no Metrô e na CPTM, não pode influenciar no andamento do caso.

A denúncia foi feita por Vicente Bagnoli, advogado representante da OAB e integrante do grupo, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

O Grupo de Trabalho de Acompanhamento Externo foi criado por Alckmin com a justificativa de dar transparência às investigações, mas, diz Bagnoli, os encontros apenas analisam os documentos recebidos. “O grupo de trabalho não tem poder de decisão nenhum. As decisões são do estado de São Paulo e da sua Corregedoria. (A comissão) é apenas a reunião pela qual o estado presta esclarecimentos daquilo que ele está fazendo para investigar o suposto cartel.”

As reuniões do grupo ainda não têm um fim previsto. “Acredito que o prazo coincida com o término das investigações e das medidas judiciais e administrativas que forem propostas”, argumenta Bagnoli.

Vereadores

A Câmara Municipal de São Paulo quer ouvir representantes das empresas Siemens e Alstom na CPI dos Transportes. O presidente da CPI, Paulo Fiorilo (PT), reforça a importância da ação do Legislativo municipal. “Nós estamos discutindo a EMTU, CPTM e Metrô. Apesar de serem órgãos do estado, eles operam na cidade de São Paulo e interferem diretamente no transporte coletivo.” Fiorilo reforça que, se comprovados o cartel e a corrupção do governo estadual, a investigação e o ressarcimento estatal previsto devem ser feitos por meio da Assembleia.

Ouça na íntegra a reportagem de Vera Rodrigues na Rádio Brasil Atual.

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