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Câmara aprova intervenção federal na segurança pública do DF. Senado vota nesta terça

Intervenção na segurança pública do DF foi decretada por Lula no domingo, por negligência que resultou em ataques terroristas contra os Três Poderes

Bruno Spada/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias
Bruno Spada/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias
Votação da intervenção no DF deve ser concluída nesta terça pelo Senado

Brasília – A Câmara dos Deputados confirmou em Plenário a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. A medida decretada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi uma resposta aos atos de vandalismo ocorridos neste domingo (8) em Brasília. O texto segue agora para o Senado Federal, que prevê a votação do agora Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 1/23 nesta terça-feira (10). Relator da proposta, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou que a intervenção no DF é medida “amarga”, mas “necessária e proporcional”.

O parlamentar ressaltou que as forças de segurança pública do Distrito Federal se mostraram incapazes de impedir, de coibir e de reprimir os ataques conduzidos por pessoas com intenção de depor o governo democraticamente eleito.

“Com efeito, o governo do Distrito Federal e sua Secretaria de Segurança Pública foram, para dizer o mínimo, inábeis, negligentes e omissos ao cuidar de um tema tão sensível, porquanto se tratava de tragédia anunciada”, disse.

O relator considerou os atos como criminosos e incompatíveis com os fundamentos democráticos da Constituição. “Incitam a ruptura com a ordem constituída; conclamam a dissolução das instituições democráticas e dos Poderes instituídos. E exortam o estabelecimento de um novo governo, alicerçado em bases autoritárias e antidemocráticas.”

Chefes dos poderes da República destacam união e defesa da paz e da democracia

A intervenção limita-se à área de segurança pública do Distrito Federal no período entre 8 e 31 de janeiro de 2023. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, nomeado interventor, terá o controle operacional de todos os órgãos distritais de segurança pública no período.

Até o momento, mais de 1 mil manifestantes estão detidos para esclarecimentos e mais de 300 foram presos em flagrante. Após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi desmontado o acampamento de bolsonaristas existente no quartel-general do Exército, em Brasília, desde a vitória eleitoral do presidente Lula. Também está afastado, por 90 dias, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Rio de Janeiro

Esta é a segunda vez que um presidente da República decreta intervenção na segurança pública de um ente federativo no período democrático. Em fevereiro de 2018, o então presidente Michel Temer decretou intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro por um ano. O ato foi ratificado pela Câmara e pelo Senado no mesmo mês.

A reportagem é da Agência Câmara de Notícias