Na Europa

Governo britânico está ‘profundamente preocupado’ com desaparecimento de jornalista, diz Boris Johnson

Caso foi debatido no parlamento. Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos há 10 dias. Jornal francês “Le Monde” critica Bolsonaro

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Onde estão? Boris e Theresa May debatem no parlamento: caso deve ser visto como prioridade

São Paulo – O governo do Reino Unido está “profundamente preocupado” com as circunstâncias que envolvem o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips. A afirmação é do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, feita nesta quarta-feria (15) durante sessão no parlamento. A ex-premiê Theresa May pediu que o caso seja visto como uma prioridade diplomática. Phillips e o indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos na região amazônica há 10 dias.

Ainda segundo o conservador Boris Johnson, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido está “trabalhando de perto” com as autoridades brasileiras. No início da semana, a Embaixada do Brasil chegou a comunicar a família de Phillips que os corpos haviam sido encontrados. A informação não se confirmou e, ontem (14), a diplomacia brasileira pediu desculpas aos familiares do jornalista.

“Estamos profundamente preocupados com o que pode ter acontecido com ele”, disse o primeiro-primeiro. “As autoridades (das Relações Exteriores) estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades brasileiras (…). Dissemos aos brasileiros que estamos prontos para dar todo o apoio que eles precisarem.”

Le Monde responsabiliza presidente

Já o jornal francês Le Monde dedicou um editorial ao assunto e falou em “distanciamento culposo” do presidente brasileiro ao tratar do episódio. E afirmou ainda que, para Jair Bolsonaro, a floresta existe para “ser explorada sem piedade, custe o que custar para seus nativos ou nosso futuro climático”.

“Desde que ele assumiu, o desmatamento e a extração do ouro explodiram, e a monocultura da soja, sinônimo de dramático empobrecimento da terra, está corroendo a floresta”, diz o Le Monde, que atribuiu ao presidente brasileiro responsabilidade pelo que chama de “catástrofe”. “Jair Bolsonaro também cortou os orçamentos das instituições responsáveis ​​por garantir a proteção da natureza e das pessoas e permitiu que se instalasse um clima de total impunidade que pode explicar o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira.”