CNI/Ibope

Aprovação ao governo Dilma cai oito pontos em três meses

Segundo a pesquisa, percepção de noticiário positivo para a presidenta nas últimas semanas caiu de 38% em março para atuais 22%

Roberto Stuckert/Presidência da República

Dilma recebe presente do artista Wark da Rocinha, no Rio. Aprovação cai, mas ainda supera a de antecessores

São Paulo – A taxa de aprovação ao governo da presidenta Dilma Rousseff caiu oito pontos percentuais nos últimos três meses, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje (19). Os 63% que achavam o governo Dilma bom ou ótimo no mês março são agora 55%. A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 11 junto a 2.002 entrevistados em 148 municípios de todos os estados, exceto Acre. Consideram o governo regular 32% (ante 29% na pesquisa anterior) e ruim ou péssimo 13% (7% em março).

A desaprovação foi maior entre os mais ricos. Entre as pessoas com renda familiar per capita até um salário mínimo a taxa de ruim péssimo chegou a 4%; entre as com renda acima de 10 salários mínimos, a 18%.

O resultado é o mais desconfortável para o governo desde novembro de 2011, a aprovação estava em 57%, com os mesmos 32% de regular e 9% de ruim e péssimo. Na ocasião, o desempenho pessoal da presidenta era tido como bom ou ótimo por 72% dos ouvidos pela CNI/Ibope. Em março deste ano, essa aprovação chegou a 79% e agora em junho, voltou a descer para 71% os que dão boas notas ao modo de Dilma governar.

Exposição

Ainda não foi medida nenhuma eventual influência – positiva ou negativa para o governo federal – da atual onda de manifestações desencadeadas em várias cidades do país. A pesquisa foi feita antes. Mas já se pode notar algum efeito do noticiário negativo para Dilma nos últimos três meses.

Chegou a 22% o índice de respostas que consideraram a abordagem dos meios de comunicação positiva para o governo. Em março, essa percepção era de 38%. Já os que acharam que as notícias negativas predominaram passaram de 11% em março para 19% agora.

Há três meses, 48% achavam que Dilma Rousseff mandava bem no combate à inflação, enquanto 47% discordavam. Agora, 57% desaprovam o desempenho do governo no quesito, contra 38% que aprovam. Foi a maior variação temática negativa do governo, embora a inflação mensal tenha caído de 0,47% para 0,37% nas últimas três medições do IPCA/IBGE e a anual, de 6,58% para 6,5%.

Nos demais quesitos, a variação foi pequena. Por exemplo, em educação, o desaprova venceu o aprova por 51% a 47% (em março era 50% a 47%). Em saúde, passou para 67% a 32% (era 66% a 32%).

As expectativas em relação ao restante do governo seguiram na mesma toada que as taxas de aprovação: más notícias para Dilma. Em março, eram 65% os que apostavam que a presidenta irá de bem a melhor nos 18 meses que lhe restam. Agora são 55%. E os que acham que daqui para frente o governo será ruim ou péssimo passaram de 24% para 28%.

Comparações

Os governos Lula e Dilma foram considerados iguais por 57% dos entrevistados, ante 61% registrados em março, segundo a pesquisa. Mas o percentual dos que julgam o atual governo pior do que o anterior (25%) voltou a ser maior do que os que o consideram melhor (16%). Em março, 20% consideravam o governo Dilma melhor; 18% preferiam o governo do ex-presidente.

O atual nível de ótimo ou bom de Dilma (55%), apesar da queda de oito pontos, só perde para a aprovação alcançada por Lula no segundo mandato (68%) – considerando-se leituras feitas no mesmo período (junho do penúltimo ano de gestão). No primeiro mandato, Lula teve 35% de bom ou ótimo. Já Fernando Henrique Cardoso foi avaliado como bom ou ótimo por 34% no primeiro mandato, e por 19% no segundo.