Ação contra “trem da alegria” do Senado deve ser julgada após 24 anos

Nomeação feita em dezembro de 1984 de 1.554 funcionários da gráfica do Senado foi assinada pelo então presidente da casa, senador Moacyr Dalla às vésperas do recesso parlamentar

Brasília – Uma ação ajuizada há 24 anos contra o chamado “trem da alegria” do Senado Federal – termo como ficou conhecida a nomeação, em 19 de dezembro de 1984, de 1.554 funcionários da gráfica como servidores públicos efetivos da Casa – poderá ser julgada pela Justiça Federal do Distrito Federal, até o fim deste ano.

O ato foi assinado pelo então presidente do Senado Moacyr Dalla, às vésperas do recesso parlamentar. Em janeiro de 1985, os advogados Pedro Calmon e Jonas Candeia dos Santos deram início à ação popular que questiona a medida.

O processo foi assumido pela juíza Mônica Sifuentes, mas ela foi convocada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e será substituída pelo juiz Pablo Zuniga Dourado.

O processo está incluso no programa Meta 2, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pelo qual devem ser julgados até o fim deste ano disputas judiciais iniciadas antes de 2005. O Senado já foi oficiado a entregar a relação dos funcionários efetivados que já morreram.

Reportagens da época da polêmica nomeação mostraram que familiares e afilhados políticos de deputados e senadores foram beneficiados com as efetivações. Entre eles estavam Agaciel Maia, ex-diretor-geral da Casa, e João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos, acusados de terem feito nomeações nos últimos 15 anos por meio de atos secretos.

Em 2006, uma decisão da primeira instância chegou a ordenar a anulação dos atos, mas após alegações da defesa dos funcionários a respeito de falhas processuais, a ação recomeçou da fase de citação dos funcionários. A Advocacia-Geral da União (AGU) atua no caso em defesa do interesse da União em anular os atos. Os funcionários do Senado estão momentaneamente sem advogado de defesa. 

Fonte: Agência Brasil

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