Vídeo na internet denuncia crimes humanitários na África Central

Documentário visto por cerca de 17 milhões de pessoas na internet divulga a imagem de Joseph Kony, líder de guerrilha composta por crianças

Objetivo da campanha é tornar famoso o nome de Kony (Foto: Reprodução/Invisible Children)

São Paulo – A Campanha Kony 2012, que pode ser vista no Twitter, Facebook e em outras redes sociais, promovida pela Invisible Children, divulga a imagem de Joseph Kony, líder do Lord’s Resistance Army (LRA), um exército formado em grande parte por crianças raptadas. Esta guerrilha assolou a República da Uganda, na África, provocando assassinatos, genocídios e crimes humanitários. O objetivo da organização é tornar o nome de Kony “famoso” e fazer com que a crise ugandense entre nas agendas políticas dos governos do mundo inteiro. Há críticas, entretanto, em relação à veracidade das informações divulgadas no documentário, que faz parte da campanha, que também sugere às pessoas pendurar cartazes e usar pulseiras com a estampa do rosto de Kony.

Promovida por pessoas desvinculadas do Invisible Children, a campanha brasileira no Facebook tem a adesão de pouco mais de 2,3 mil pessoas até a tarde de hoje (8), mas, no canal do YouTube, o documentário foi visto por mais de 9 milhões de pessoas, e, no do Vimeo, por outras 8 milhões. O vídeo, narrado pelo co-fundador da Invisible Children, Jason Russell, apresenta imagens de acampamentos de refugiados na Uganda e entrevistas com crianças que sofreram situações de violência. A mensagem é: “Parar Kony a qualquer custo”.

O site de notícias Foreign Policy publicou hoje (8) informações que tira o peso dos dados apresentados no vídeo. Segundo o veículo, Joseph Kony já não se encontra mais na Uganda, e as forças do LRA foram desgastadas pelo exército ugandense, tendo sido expulsas daquele país e se dirigido aos vizinhos, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e República da África Central. 

Trinta mil crianças é o número total apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) de crianças capturadas pelo movimento de Kony, não o tamanho do exército atual, que de acordo com Michael Wilkerson, autor da matéria do Foreign Policy, não passa de algumas centenas. 

Wilkerson afirma que o objetivo da Foreign Policy é pressionar o governo norte-americano a ajudar na captura de Kony. No ano passado, os Estados Unidos enviaram 100 soldados para cooperar com o exército ugandense. Até o momento, Kony não foi capturado. E as forças da LRA continuam a provocar crises na região da África Central.

Com informações da Invisible ChildrenForeign Policy

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