Anistia

Últimas integrantes do grupo Pussy Riot presas na Rússia são libertadas

Integrantes de grupo punk estavam presas há quase dois anos após realizarem protesto contra Vladimir Putin numa igreja ortodoxa. 'Não pedi perdão a ninguém', diz uma delas

MAXIM SHIPENKOV/Arquivo EFE

Em foto tirada ano passado, duas integrantes do Pussy Riots libertadas após anistia

São Paulo – Duas integrantes do grupo punk russo Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Aliójina, presas há quase dois anos, foram libertadas hoje (23) em virtude da anistia geral que entrou em vigor na Rússia na semana passada.

As integrantes do Pussy Riot – banda formada por Tolokonnikova, Aliojina e Ekaterina Samutsevich, esta última em liberdade condicional desde outubro de 2012 – foram condenadas a dois anos de prisão por encenar uma “prece” punk contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma catedral de Moscou.

Durante o julgamento, as acusadas declararam que sua ação no principal templo ortodoxo da Rússia tinha fins políticos e não era dirigida aos religiosos. Ainda assim, as artistas foram presas, julgadas e condenadas rapidamente, num procedimento que chamou a atenção de observadores internacionais, que avaliaram que o governo russo não respeita a liberdade de expressão.

Pouco depois de sua libertação, Aliojina disse ao The New York Times que não aceitou a anistia e que foi obrigada a deixar a cadeia. Para ela, a medida é um artifício utilizado pelo presidente Vladimir Putin para parecer benevolente aos olhos dos russos. “É uma maneira de melhorar a imagem do governo perante o Ocidente antes das Olimpíadas de Inverno de Sochi.”

“Nós não pedimos perdão”, completou, dizendo que a anistia é uma mentira. “Eu preferia permanecer na prisão até o final da minha sentença, porque não preciso da piedade de Putin.” Presa desde março do ano passado, a pena de Aliojina chegaria ao fim em três meses.