Três pessoas morrem e oito ficam feridas em explosão na Somália

Campo de refugiados na capital do país foi atacado por morteiros ontem; é a segunda vez, em duas semanas, que ofensiva desse tipo ocorre

Somalianos em frente à catedral destruída em Mogadíscio, no ano passado. (Foto: Modola/ACNUR)

São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) informou hoje (27) que três pessoas morreram e oito foram seriamente feridas ontem (26), no campo de refugiados Beerta Darawiishta, próximo ao Parlamento somaliano, em Mogadíscio, capital da país. Uma menina de três anos de idade e seu pai estão entre os mortos. Acredita-se que o ataque, promovido pelo movimento rebelde Al Shabaab, era dirigido a forças pró-governo, mas os morteiros teriam caído acidentalmente no campo.

Na semana passada ocorreu incidente semelhante. O palácio presidencial Villa Somália teria sido alvo de outro ofensiva. Os morteiros, entretanto, em vez de alcançá-lo, teriam caído em campos de refugiados. A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming, informa, em nota, que, durante o final de semana que se passou, o palácio e outros lugares voltaram a sofrer ataques, mas não houve mortes.

Ela conta que as forças rebeldes deram instruções aos moradores de campos de refugiados e a agências humanitárias para que deixassem os arredores dos escritórios governamentais, pois os ataques continuariam. Frequentemente, segundo ela, o exército pró-governo, antes de uma atividade militar, tem avisado aos civis localizados onde ela vai ocorrer, permitindo-lhes abandonar a área. 

Dura mais de 20 anos uma crise humanitária instalada na Somália, causada pela seca e por constantes disputas entre o Governo Transicional, apoiado pelas forças de pacificação da União Africana e da ONU, e os grupos rebeldes – o movimento islâmico Al Shabaab, o de maior relevância entre eles, dividia Mogadíscio até o final do ano passado com as tropas constitucionais. Em agosto de 2011, o Al Shabaab deixou as regiões centrais da cidade, fazendo de zonas periféricas seus redutos. Os ataques de morteiros, bem como de granadas, bombas caseiras e suicidas são recorrentes.

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