Senado dos EUA faz última tentativa de evitar calote da dívida

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© Michael Reynolds / Efe

Harry Reid, líder democrata, chega ao Senado para mais um dia de negociações sobre paralisação do governo americano

Washington – O Senado dos Estados Unidos retomou nesta quarta-feira (16) as negociações, diante do bloqueio dos deputados da Câmara dos Representantes, para apresentar um plano que possa ser aprovado pelo Congresso e evite se chegar em menos de 24 horas ao limite da dívida do país, a partir do qual o Tesouro não poderá garantir o pagamento de suas obrigações.

Sob controle democrata, o Senado iniciou negociações para poder apresentar o mais rápido possível um plano bipartidário que permita elevar o teto de dívida e pôr fim ao fechamento da administração Pública.

A mudança de estratégia ocorreu após os republicanos, que dominam a Câmara, terem suspendido ontem à noite seu debate interno sobre a questão, incapazes de conseguir uma proposta comum com o apoio majoritário de seus membros.

O Departamento do Tesouro afirma que partir de amanhã o dinheiro dos cofres públicos poderia não ser suficiente para pagar suas obrigações, entre elas juros de sua dívida, algo que preocupa os mercados internacionais.

Os Estados Unidos enfrentam uma tempestade pelas diferenças entre democratas e republicanos, com uma Câmara bloqueada por congressistas vinculados ao “Tea Party” (ultraconservadores) e um Senado que avança lentamente e poderia não alcançar um acordo a tempo de ser ratificado pelo presidente Barack Obama.

Apesar disso, os líder da maioria democrata da câmera Alta, Harry Reid, e o da minoria republicana, Mitch McConnell, mostraram “otimismo” sobre a possibilidade de um acordo para hoje.

Mas se senadores opostos à reforma da saúde e os planos fiscais de Obama, como o representante do “Tea Party” Ted Cruz, decidirem bloquear o procedimento legislativo não haveria tempo para um pacto antes desta meia-noite.

Por enquanto, o Senado avalia uma proposta para elevar o teto de endividamento dos Estados Unidos até meados de fevereiro e desbloquear o orçamento federal para reabrir a administração até 15 de janeiro, dando tempo para que o Congresso inicie um debate sobre a despesa e redução do déficit.

Uma vez alcançado um acordo no Senado, a pressão ficaria sobre o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, que estaria perante a difícil decisão de permitir o voto no plenário apesar da oposição da maioria republicana.