Sarkozy anuncia medidas contra a apologia ao terrorismo

Anúncio foi feito hoje, após a morte do franco-argelino Mohamed Merah, suspeito de matar sete pessoas em nome da Al-Qaeda neste mês, no sul do país

Ministro Claude Gueant (centro) disse que o suspeito manipulava várias pistolas ao mesmo tempo (Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters)

França – O presidente da França, Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição, anunciou hoje (22) uma série de medidas para evitar que se reproduzam dramas como o que resultaram no desfecho ocorrido nesta madrugada em Toulouse. O franco-argelino de 23 anos Mohamed Merah, suspeito de matar sete pessoas em nome da Al Qaeda neste mês no sul do país, morreu ao saltar da janela do seu apartamento, em meio a um intenso tiroteio depois de policiais invadirem o local.

Em um curto pronunciamento, Sarcozy destacou: “Os compatriotas muçulmanos não têm nada a ver com as motivações loucas um terrorista”. Ele anunciou que todas as pessoas que consultam de maneira habitual sites na internet que façam apologia ao terrorismo ou que preguem a violência serão punidas penalmente.

O presidente francês disse que pediu ao ministro da Justiça, Michel Mercier, um estudo sobre a propagação das ideologias fundamentalistas no meio carcerário. Ele afirmou que a luta contra o terrorismo e suas motivações, em particular o racismo e o antisemitismo, demanda mais do que nunca a prioridade absoluta da presidência da República.

Sarkozy disse que queria justiça nesse caso, e pediu às pessoas que não buscassem vingança. Analistas dizem que a forma como o incidente foi conduzido pode abalar as suas já diminutas chances eleitorais.

Porém, uma pesquisa divulgada hoje, a primeira depois do massacre escolar desta semana, mostra Sarkozy oito pontos percentuais atrás do seu rival socialista numa simulação de segundo turno, embora o presidente conservador tenha uma ligeira vantagem para a primeira rodada da votação. 

Leitores do jornal Le Monde, em comentários no site, questionam o motivo de o suspeito não ter sido capturado vivo.

Ação policial

“No momento em que uma sonda de vídeo foi enviada ao banheiro, o assassino saiu do local, disparando com extrema violência”, disse o ministro do Interior, Claude Gueant, acrescentando que o suspeito manipulava várias pistolas ao mesmo tempo.

“No final, Mohamed Merah saltou pela janela de arma em punho, continuando a atirar. Ele foi encontrado morto no chão”, disse ele a jornalistas no local. Dois policiais envolvidos na operação ficaram feridos.

O grupo de operações especiais da polícia entrou no prédio de cinco andares onde Merah vivia, num subúrbio de Toulouse, depois de cercar o local desde a madrugada de ontem (21).

Gueant chegou a dizer anteriormente que a polícia tinha esperança de prender Merah com vida. Durante as negociações, o suspeito confessou ter matado três soldados e atacado uma escola judaica, onde tirou a vida de três crianças e um rabino.

Durante a negociação, Merah disse que agiu para vingar as mortes de crianças palestinas e o envolvimento do Exército francês no Afeganistão. Durante a noite, ele se manteve em silêncio por várias horas.

“Apesar dos renovados esforços ao longo da noite para estabelecer contato por voz e rádio, não houve contato, ele não apareceu”, disse Gueant.

Cidadão francês de origem argelina, Merah já estava havia anos sob vigilância dos serviços de inteligência. Nas primeiras horas da quarta-feira, ele alvejou os policiais que tentaram se aproximar do seu apartamento, e depois se gabou com os negociadores de ter colocado a França de joelhos.

Ele disse que só lamentava não ter conseguido matar mais gente.

 

Com informações do Le Monde 

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