crise na Ucrânia

Presidente interino ordena recuo de todas as tropas da Ucrânia na Crimeia

Aleksandr Turchinov vinha sendo criticado por não passar instruções às Forças Armadas do país

Yuri Maximov/efe

Na semana passada, Turchinov se reuniu com a ONU para criar uma comissão sobre a crise no país

São Paulo – O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, ordenou hoje (24) a retirada de todas as unidades das Forças Armadas do país presentes na península da Crimeia.

“O Conselho Nacional de Segurança e Defesa ordenou ao Ministério da Defesa a retirada das unidades militares instaladas na República Autônoma da Crimeia”, comunicou Turchinov aos grupos parlamentares da Rada Suprema (parlamento).

A cúpula ucraniana também ordenou “garantir o alojamento das famílias de militares que hoje se veem obrigados a deixar suas casas sob pressão”, afirmou o presidente.

Neste fim de semana, a Ucrânia perdeu o controle de praticamente toda sua frota na Crimeia, incluindo o aeroporto de Belbek e várias unidades militares que ainda mantinham lealdade a Kiev.

Pelo menos cinco oficiais ucranianos, entre eles o comandante da base aérea de Belbek, o coronel Yuli Mamchur, e o comandante adjunto da armada da Ucrânia para a defesa do litoral, o general Igor Voronchenko, foram detidos nas últimas 24 horas na Crimeia. Outros 80 militares da marinha ucraniana também foram detidos hoje pelas autoridades da Crimeia após o ataque a uma base em Feodisia.

Tropas russas e soldados dos grupos de autodefesa da Crimeia assumiram desde sábado o controle de quase todas as unidades, navios de guerra e bases militares que até então resistiam a mudar de lado ou abandonar seus destacamentos.

No final da noite de ontem, as embarcações “Cherkassi” e “Konstantin Olshansky” eram as últimas embarcações ucranianas a não se renderem aos militares russos no lado de Donuzlav.

Um grupo de homens armados a bordo de várias lanchas rápidas tentaram hoje sem sucesso abordar o “Cherkassi”, que não pode sair do Donuzlav para o mar aberto depois que os russos afundaram duas embarcações para fechar o caminho.

O Ministério da Defesa ucraniano ordenou que o “Konstantin Olshansky” resista até o final.

Neste fim de semana, vários oficiais ucranianos denunciaram a negligência da cúpula militar e política do país na hora de decidir os passos que devem seguir os soldados que não querem entregar seus destacamentos para as tropas russas.