Presidente deposto de Honduras pede explicações aos EUA

Manuel Zelaya envia carta a Hillary Clinton para saber se governo Barack Obama desistiu de condenar o golpe de Estado e fica irritado com exigência de golpistas para prazo de formação de gestão de unidade nacional

O presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya pediu nesta quarta-feira (4) que Washington defina se apoia sua volta ao poder ou se está com o regime golpista que o derrubou. Em carta aberta à secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, acusa que o governo Barack Obama desrespeita o acordo firmado na semana passada ao “reconhecer as eleições sem reverter o golpe de Estado nem resolver a profunda crise que atinge nosso país”.

Na carta, lida por seu assessor Rasel Tomé na embaixada do Brasil onde Zelaya está refugiado, o presidente deposto pede que Hillary “esclareça ao povo hondurenho se a posição de seu país foi modificada ou se mudou sobre a condenação ao golpe de Estado em Honduras”.

O documento foi emitido horas depois da reunião do deposto com a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que verifica o cumprimento do acordo. Está prevista para quinta-feira (5) a formação de um governo de unidade nacional. O líder do regime golpista, Roberto Micheletti, novamente tentou tomar a dianteira das negociações, enviando a Zelaya uma exigência de que o deposto indique rapidamente os nomes que deverão compor a unidade.

A atitude irritou o presidente legítimo, que não aceita ver os nomes submetidos ao crivo dos golpistas. Além disso, na terça-feira (3) o Congresso cancelou a sessão que deveria votar o acordo. Os parlamentares entendem que caberá à Suprema Corte, cujos integrantes são nomeados pelos próprios deputados e senadores que deram aval ao golpe, definir se é legal a restituição de Zelaya.

Com informações da Reuters e da TeleSur.