Patriota diz que contato com Venezuela continuará ‘estreito e frequente’

Ministro das Relações Exteriores respaldou após troca de chanceler e adiamento da posse do novo mandato do presidente Hugo Chávez

Patriota pretende encontrar o novo chanceler, Elías Jaua, em breve (Foto: Arquivo/ABr)

São Paulo – Dois dias depois do anúncio do nome de Elías Jaua como novo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, o chanceler Antonio Patriota afirmou hoje (17) que o contato do Brasil com o governo venezuelano continuará estreito e frequente.

“A participação da Venezuela no Mercosul exige contato frequente pela agenda complexa que envolve. Tenho um olhar prioritário para a América do Sul e me reúno duas vezes por ano com cada chanceler. No caso da Venezuela e da Argentina são quatro, cinco vezes. E continuará assim”, afirmou Patriota.

Em entrevista coletiva em São Paulo, o ministro brasileiro informou que já conversou com Jaua por telefone, após a nomeação do venezuelano, e que pretende encontrá-lo pessoalmente “em breve”.

Patriota também fez diversos elogios a Nicolás Maduro, antigo chanceler e atual vice-presidente da Venezuela. “Ele sempre mostrou muito interesse no relacionamento entre Brasil e Venezuela. É um consenso entre os países sul-americanos que Maduro é um interlocutor preparado e com qualidades diplomáticas. E agora o futuro pode reservar a ele outras responsabilidades, que vão muito além da diplomacia”, argumentou. 

Ao ser questionado sobre a situação política na Venezuela, Patriota afirmou que a decisão de adiar a posse do novo mandato do presidente Hugo Chávez, respaldada pelos poderes Judiciário e Legislativo, está “em observância com os preceitos internos”. “Não houve questionamento de quase nenhum país. Apenas um ou dois pensaram em reclamar na OEA (Organização dos Estados Americanos), mas desistiram antes de formalizar o pedido.”

“A Venezuela deu uma demonstração de maturidade política em outubro (na eleição que reelegeu Chávez), com o reconhecimento do resultado por parte da oposição e a ausência de denúncias. Temos confiança nas instituições venezuelanas e a evolução política do país se dará com base na constitucionalidade”, acrescentou.

Em relação ao estado de Chávez, o chanceler disse que tem se mantido informado com frequência e que envia uma mensagem de confiança à Venezuela depois da “estabilização” da saúde do presidente nas últimas semanas.

O ministro das Relações Exteriores também respaldou a intervenção francesa no Mali. “A intervenção só deve ser feita em último caso, sem ser um elemento desestabilizador. Mas neste caso, a França entra com a responsabilidade de proteger, até porque a intervenção atende ao pedido de um governo reconhecido”, afirmou.

Patriota ainda lamentou a crise na Síria, que, segundo ele, “chegou a um ponto de comprometer a juventude do país e merece a atenção de toda a comunidade internacional”.