Papa assume pontificado e pede a líderes mundiais ‘que sejam responsáveis’

Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o Papa Francisco após missa inaugural do Pontificado, no Vaticano (Roberto Stuckert Filho/PR) Vaticano – Sob cânticos tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana, o papa Francisco […]

Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o Papa Francisco após missa inaugural do Pontificado, no Vaticano (Roberto Stuckert Filho/PR)

Vaticano – Sob cânticos tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana, o papa Francisco recebeu hoje (19) o manto, o anel e o Livro dos Evangelhos – símbolos do começo do seu pontificado. Participaram da cerimônia os patriarcas das igrejas católicas orientais – ortodoxa armênia, russa, síria e grega, por exemplo –, o que simboliza a integração entre as religiões.

A cerimônia foi celebrada em grego, como forma de respeito aos rituais, segundo o Vaticano, mas a homilia em italiano. Uma multidão se aglomerou na Praça São Pedro e nos arredores da basílica de mesmo nome. A presidenta Dilma Rousseff e representantes de mais 131 países participaram da cerimônia.

Responsabilidades

Dirigindo-se, como de costume, aos cardeais e fiéis chamando-os de “queridos irmãos e irmãs”, o papa Francisco apelou hoje (19) aos líderes políticos para que sejam responsáveis. Ele usou as expressões “por favor”  e “pedir” ao se dirigir aos líderes para que assumam o papel de “guardiões”, afastando os riscos de destruição e morte no mundo.

O apelo ocorreu na missa que marca o começo de seu pontificado. Francisco pediu ainda que todos mantenham a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e mencionou repetidas vezes a palavra “responsabilidade”.

“Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos ‘guardiões’ da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”, disse Francisco.

O papa reiterou ainda que há sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que “sujam a vida”. “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”.

Para Francisco, os líderes e os que são guiados por eles não devem temer a bondade. “Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar, guardar requer bondade e requer ser praticado com ternura.”

Dilma

Dilma Rousseff se encontrou hoje (19) com o papa Francisco por alguns minutos. Os dois conversaram, na fila de cumprimentos, após a cerimônia que marca o começo do pontificado. Antes do encontro, a presidenta disse que sua intenção era conversar com Francisco sobre o combate à pobreza e à fome no mundo.

Dilma elogiou o empenho do papa em dar prioridade aos pobres. Ela ressaltou ontem que o papa Francisco “tem um papel importante a cumprir”.“É uma postura importante”, disse ela, referindo-se à preocupação dele com os pobres.

Em seguida, a presidenta acrescentou: “É claro que o mundo pede hoje além disso [da preocupação com os pobres] que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas”.

A presidenta lembrou que os ensinamentos de Jesus Cristo devem ser colocados em prática. “Acho que é um papa preocupado com a questão dos pobres no mundo. O papa tem um papel especial e eu acho que ele cumpre, vamos dizer assim, os princípios básicos que inspiraram o cristianismo e que inspiraram Cristo”, ressaltou a presidenta.

Edição: Fábio M. Michel