Líderes de China e Rússia condenam ataques aéreos à Líbia

Para Putin, ação é semelhante às “cruzadas”. Jornal chinês vê motivo para atrito com EUA (Foto: Alexei Nikolsky/Reuters) São Paulo – Ação medieval e semelhante à intervenção de 2003 no […]

Para Putin, ação é semelhante às “cruzadas”. Jornal chinês vê motivo para atrito com EUA (Foto: Alexei Nikolsky/Reuters)

São Paulo – Ação medieval e semelhante à intervenção de 2003 no Iraque foram termos empregados pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e pelo Partido Comunista chinês nesta segunda-feira (21) contra os ataques à Líbia. Ambos os países são membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e têm direito a veto, mas abstiveram-se.

Ambos as manifestações apontaram o padrão de constante interferência em assuntos internos de outro países como tendência da política externa dos EUA e fator de atrito com os países. Desde a aprovação da resolução 1.973 do Conselho, na sexta-feira (18), forças dos Estados Unidos e de países europeus iniciaram ataques aéreos contra alvos militares.

“A resolução é defeituosa e falha”, disse Putin a trabalhadores em uma fábrica de mísseis balísticos da Rússia. “Ela permite tudo. É semelhante às convocações medievais para as cruzadas”, ataca Foi o primeiro pronunciamento de um líder russo desde que a coalizão de países começou os ataques. Ele disse que o governo de Muammar Kadhafi estava aquém da democracia, mas acrescentou que isso não justificava uma intervenção militar.

China

Nesta segunda-feira, o principal jornal da China intensificou a oposição de Pequim aos ataques aéreos ocidentais na Líbia, acusando os países que apoiam os ataques de violar regras internacionais e arriscar novos tumultos no Oriente Médio. A mais forte condenação chinesa foi publicada no Diário do Povo, órgão do PC, e mostrou como o conflito militar pode se tornar uma nova frente de atrito entre Pequim e Washington.

O jornal usou palavras pouco veladas para acusar os Estados Unidos e seus aliados de violar regras internacionais, embora a China não tenha chegado a vetar a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que efetivamente autorizou os ataques aéreos.

“As tempestades ensanguentadas que o Iraque sofre há oito anos e o sofrimento indizível de seu povo são um reflexo e um alerta”, disse o comentário do Diário do Povo. “Os ataques militares à Líbia são, após as guerras no Afeganistão e no Iraque, a terceira vez que alguns países lançaram ações armadas contra países soberanos”, disse, em referência aos Estados Unidos e seus aliados.

Com informações da Reuters

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