Irã fará exercícios militares para proteger instalações nucleares

‎Autoridades iranianas também ameaçaram cortar fornecimento de petróleo para europeus

São Paulo – Com o objetivo de deter “todas as possíveis ameaças”, o Irã anunciou que faz a partir da noite de segunda-feira (20) exercícios militares para aumentar a proteção de suas instalações nucleares. Aviões e mísseis devem ser usados na operação, cujo anúncio acontece no mesmo dia em que uma missão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) chegou a Teerã.

Segundo comunicado da liderança da defesa antiaérea iraniana, citado pela agência iraniana Irna, as manobras de quatro dias serão realizadas “na metade sul do país”, principalmente em torno do Golfo Pérsico. O anúncio sobre os exercícios, batizados de “Sarollah” (“vingança de Deus”), é feito em meio à especulação de que Israel estuda atacar as instalações nucleares do Irã.

Teerã concordou na semana passada com a retomada do diálogo com o grupo dos 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha -, mais a Alemanha), interrompido há mais de um ano.

Também na segunda-feira, o Irã ameaçou suspender o fornecimento de petróleo à Itália, Espanha, Grécia, Alemanha, Portugal e Holanda, em represália pelo embargo petroleiro e bancário decidido em janeiro pela UE. A medida se soma ao fim das exportações à França e ao Reino Unido, os dois países que lideram as sanções, anunciado no domingo pelo regime iraniano.

Trata-se de uma decisão simbólica, já que ambos os países quase não compram petróleo iraniano, mas que provocou um aumento no preço da matéria-prima no mercado mundial. Já Itália, Espanha e Grécia seriam penalizadas se Teerã levasse à prática sua ameaça.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, deixou claro no dia 11 de janeiro que nem as sanções, nem as ameaças militares, farão com que o Irã renuncie aos seus “direitos legítimos” em matéria militar. O chefe do programa nuclear iraniano, Fereydun Abasi Davani, reafirmou na segunda-feira que o programa “não apresenta nenhum perigo para os outros países” e que “os 5+1 fariam melhor em mudar de método”, já que as sanções “não tiveram sucesso”.