Crise

Frota russa do Mar Negro nega ultimato à Ucrânia; Obama fala em isolar país

Obama diz que a Rússia está no 'lado errado da história' e que analisa medidas diplomáticas e econômicas e diplomáticas para isolar o país

Escritório de Imprensa da Presidência Russa

Presidente Vladimir Putin, inspeciona exercícios militares. 60% da população da Crimeia é de russos

São Paulo – A frota russa do Mar Negro negou ter ameaçado atacar unidades militares ucranianas na Crimeia. Um porta-voz da Frota Russa na região qualificou de “tolices” as informações divulgadas por meio das agências internacionais. Segundo o noticiário, teria partido do Ministério da Defesa da Ucrânia o alerta de que teria recebido um ultimato para que as forças locais da Marinha se rendessem até as 5h da manhã desta terça-feria (4).

“Estamos acostumados a escutar acusações que estamos realizando operações militares contra nossos colegas ucranianos”, disse o porta-voz da da frota russa em Sebastopol, de acordo com a agência Interfax, “As tentativas de jogarmos uns contra os outros fracassarão“, acrescentou.

Um oficial da Marinha ucraniana, Alexei Kirilov, disse a um canal de TV que o comando da frota do Mar Negro dera o prazo, mas nos últimos dias, desde que explodiu a tensão na Crimeia – após a mudança de poder em Kiev e a autorização do Senado russo ao presidente Vladimir Putin para intervir ali –, teriam ocorrido vários destes ultimatos.

Operações militares russas estão posicionadas na maioria das unidades ucranianas na Crimeia, mas ainda não houve nenhum enfrentamento. A Crimeia pertenceu à Rússia até 1954, quando o então líder soviético, Nikita Kruschev, assinou um termo de concessão territorial à Ucrânia. A península possui 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros.

Tensão

Ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) advertiram a Rússia de possíveis “consequências” para suas relações bilaterais, entre elas a negociação para liberar vistos, se Moscou não der passos para diminuir a tensão na crise ucraniana. “À revelia de passos que eliminem a tensão por parte da Rússia, a UE decidirá sobre as consequências para as relações bilaterais entre a União Europeia e a Rússia”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, ao término do conselho de ministros extraordinário convocado para abordar a piora da situação na Ucrânia.

Os ministros se reuniram hoje com urgência após o envio de tropas russas na região autônoma ucraniana da Crimeia. E condenaram a autorização dada pelo Senado da Rússia para empregar o exército russo em território ucraniano. E confirmaram a suspensão por parte dos Estados- membros do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia) de sua participação na preparação da cúpula do grupo prevista para ocorrer em junho na cidade russa de Sochi, “até que o ambiente volte a um estado em que o G8 possa ter uma discussão significativa”.

O presidente norte-americano, Barack Obama, apoia a suspensão da reunião do G8 e disse nesta segunda-feira que se o governo russo continuar “na trajetória atual” em relação Ucrânia, analisará medidas econômicas e diplomáticas para “isolar a Rússia”. O presidente declarou na Casa Branca, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que a Rússia está se situando no “lado errado da história” com sua intervenção militar na região ucraniana da Crimeia.

O governante americano disse que a maior parte da comunidade internacional está de acordo que “os passos que a Rússia deu” constituem “uma violação das leis internacionais” e dos compromissos que esse país já tinha adotado para respeitar a integridade territorial da Ucrânia.

“Se a Rússia continuar na trajetória atual, os Estados Unidos tomarão uma série de medidas econômicas e diplomáticas para isolar a Rússia”, assegurou o presidente pouco depois que o Departamento de Estado indicou que é muito provável que adote sanções econômicas se a Rússia continuar mantendo sob controle militar a península da Crimeia.

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