São Paulo – Os pais de 43 estudantes mexicanos desaparecidos em setembro de 2014 solicitaram uma investigação sobre o caso para o Instituto Argentino de Antropologia Forense. O resultado da perícia diverge do apresentado pelas autoridades locais, que acusa policiais de entregarem os jovens para o crime organizado local, que então os queimou em um lixão da cidade. As informações são da TVT.

O laudo científico afirma que não existem evidências de nenhum incêndio no local apontado capaz de destruir todos os corpos. Outro aspecto levantado no estudo é que nenhum dos ossos encontrados no lixão correspondem geneticamente aos estudantes. Tais conclusões são similares às obtidas por um outro grupo independente enviado no ano passado ao local pela Comissão Internacional de Direitos Humanos.

Agora, os pais dos jovens desaparecidos devem criar uma comissão especial para entregar suas demandas e queixas para o Papa Francisco, que visita o México a partir de amanhã (12).

O caso do desaparecimento aconteceu no dia 26 de setembro e desencadeou uma série de protestos contra o governo de Enrique Peña Nieto. Os estudantes estavam se preparando para serem professores da comunidade rural próxima à cidade de Iguala, no sul do país, e participavam de manifestações – em conjunto com outras cidades mexicanas – por mais recursos para a educação.

As manifestações foram duramente reprimidas pelas polícias locais. De acordo com autoridades, o confronto resultou em seis mortes e 25 feridos, além dos desaparecidos. Segundo a imprensa local e internacional, os estudantes foram vistos sendo levados por carros da polícia municipal, que por sua vez teriam entregue os jovens para o cartel denominado “Guerreiros Unidos”. As versões apresentadas pelo governo foram desmascaradas algumas vezes pelos pais, que vêm agindo para tentar resgatar a verdade.

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