Com participação brasileira, Farc libertam refém mais antigo

Cabo Moncayo, em cativeiro há doze anos, é último libertado de maneira unilateral, já que grupo armado espera negociar acordo com governo para troca de prisioneiros

“Estamos prontos para sair para buscar Pablo Emilio Moncayo”, disse senadora Piedad Córdoba antes de subir ao helicóptero (Foto: John Vizcaino/Reuters)

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) concluíram, nesta terça-feira (30), a libertação de seu mais antigo refém. O cabo Pablo Emilio Moncayo estava em poder do grupo armado desde 21 de dezembro de 1997 e era um dos 24 policiais ou militares mantidos cativos.

A libertação foi realizada com mediação da senadora Piedad Córdoba e de integrantes da Igreja Católica, que contaram com apoio logístico e pessoal do governo do Brasil e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Como ocorreu no último domingo, quando houve a libertação do soldado Josué Daniel Calvo, a parlamentar de oposição ao presidente Álvaro Uribe recebeu as coordenadas de localização do refém e só então informou à Força Aérea Brasileira (FAB).

A operação de resgate chegou a sofrer atraso por conta da chuva no Departamento de Caquetá, 370 quilômetros ao sul da capital Bogotá, mas a missão chegou ao fim depois de mais de um ano de negociações.

O professor Gustavo Moncayo, pai do refém, afirmou, antes mesmo da libertação, que continuará trabalhando para que todos voltem à normalidade e que a Colômbia encerre o conflito interno que já dura mais de 50 anos. Ele fez um apelo à unidade dos colombianos e dos sul-americanos para permitir alcançar a paz. “Tomara que as pessoas que têm familiares sequestrados possam unir-se a nosso esforço para que, através de outros espaços de aproximação com as Farc, com a senadora Piedad Córdoba, com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros, possamos formar uma equipe para sair disto”, afirmou.

Moncayo foi o último refém das Farc libertado de maneira unilateral. O grupo armado afirmou que os demais cativos só serão soltos quando for fechado um acordo humanitário com o governo Uribe para a troca de prisioneiros.

Com informações da TeleSur