América Latina

Câmara dos Deputados do Paraguai aprova ingresso da Venezuela no Mercosul

Entrada foi decidida por 48 votos a favor e um contra; parlamento também tirou título de 'persona non grata' de Maduro

Andrés Cristaldo/EFE

A aprovação pelos deputados simplesmente normaliza a relação entre os países-membros do bloco

São Paulo – A Câmara de Deputados do Paraguai aprovou hoje (18) a entrada da Venezuela no Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul), que já contava com aprovação presidencial e do Senado. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também recebeu voto favorável da câmara baixa, ao ter o título de “persona non grata” retirado.

A entrada do país sul-americano foi aprovada pelos deputados progressistas, ligados ao ex-presidente Fernando Lugo, e do Partido Colorado, que têm a maioria na bancada, com 45 deputados. A oposição ocorreu por parte do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), cujos membros se retiraram da sala antes da votação. No final, a entrada foi aprovada com 48 votos a favor e um contra.

O protocolo contou com aprovação prévia das Comissões de Assuntos Constitucionais e de Relações Exteriores.

A aprovação não altera o status da Venezuela. A aprovação serve apenas para normalizar as relações entre os países-membros do bloco. A entrada da Venezuela, que já é oficialmente parte do grupo e ocupa atualmente a presidência, foi aprovada por Brasil, Argentina e Uruguai em junho do ano passado, no mesmo dia em que os três países suspenderam o Paraguai pelo que consideraram uma “ruptura constitucional” que, segundo esses três governos, ocorreu com o impeachment do então presidente Fernando Lugo.

O Paraguai não deu o sinal verde para a entrada da Venezuela, apesar de Lugo ter tentado incentivar sua aprovação em várias ocasiões durante seu mandato (2008-2012), antes de ser cassado e substituído pelo liberal Federico Franco, que era vice-presidente.

Enquanto durou a suspensão, que terminou com a posse do presidente Horacio Cartes (do Partido Colorado), no dia 15 de agosto, o Senado paraguaio chegou a votar e negar a adesão da Venezuela mais uma vez.

A Câmara também retirou a declaração de “persona non grata” emitida no ano passado contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, então chanceler, por uma suposta intromissão durante a crise pelo impeachment de Lugo.