Saidinha Bancária – O crime que atormenta a cidade

Confederação dos Bancários da CUT quer uma solução

Porta giratória não basta para evitar a “saidinha” (Foto: Leonardo Brito)

O delegado Seccional da Polícia Civil, Henrique Ventura, está preocupado com um crime comum, o da “saidinha bancária”. Por isso, ele organizou uma reunião entre o Conselho de Segurança de Limeira (Conseg) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para que as instituições bancárias tomassem medidas de combate a esse crime, entre elas a instalação de circuitos integrados de câmeras dentro e fora das agências. Mas a resposta da Febraban foi que não era da responsabilidade deles o que acontecia fora dos bancos.

A Confederação Nacional dos Bancários da Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes criaram uma “mesa temática” na Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e cobraram medidas contra a “saidinha bancária”, como a instalação de vidros blindados nas fachadas, de portas giratórias antes da sala de autoatendimento e de câmeras de vídeo na área de circulação de clientes, calçadas e estacionamento, com monitoramento em tempo real e imagens de boa qualidade para ajudar a identificar suspeitos. Foram pedidas também a fixação de biombos  entre a fila de espera e a bateria de caixas e de divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos. A Fenaban ficou de analisar as reivindicações do movimento sindical.

Uma lei que protege o cidadão:

Foi aprovada pela Câmara Municipal de Limeira a Lei (nº 233/09) que trata da instalação de painéis opacos entre os caixas e a fila de clientes. Também foi aprovada a lei Estadual (nº 1.236/09), do deputado Vanderlei Siraque (PT), que determina a instalação de divisórias, de no mínimo 1,80 metro de altura, de material opaco. A partir da regulamentação da Lei, os bancos têm 90 dias para se adaptar a ela. Nos bancos em que foram instalados os biombos, o crime da “saidinha bancária” desapareceu.

Como é a sacanagem

Dentro de um banco, um olheiro observa clientes de aparência mais frágil que fazem saques em dinheiro – geralmente mais de R$ 5.000,00 – e conta a um comparsa na rua, via celular, como o cliente está vestido. A vítima, então, é seguida até um ponto em que o assaltante pratica o crime com menos risco de ser apanhado. Quase sempre há dois ou mais no grupo. A ação é rápida, faz com que a vítima não tenha reação e seja quase nulo o poder de identificar os infratores. Motos são usadas na fuga. A “saidinha bancária” é mais comum na época de pagamentos (primeiros cinco dias úteis do mês), no fim do ano (pagamento do 13º salário) e em dias próximos aos feriados festivos – Dia das Mães, Natal, Ano Novo, etc.