Fazenda Quilombo

Um exemplar de fazenda cafeeira histórica em pleno funcionamento

No portão está grafado 1882, ano em que a construção da fazenda foi finalizada (Foto de divulgação)

A fazenda Quilombo, fundada em 1870 por Ezequiel de Paula Ramos e sua esposa Anna Eufrosina Jordão, tem 306 alqueires que faziam parte da fazenda Morro Azul e foram herdados por Ana Eufrosina quando se casou. Apesar da data de fundação, as construções da fazenda só foram concluídas em 1892. O conjunto arquitetônico é composto pela sede da fazenda e por: galpão de máquinas de secagem e benefício do café, tulhas para armazenagem, terreiro para secagem do café, casa da administração e 60 casas para colonos, que chegaram a abrigar cerca de 500 pessoas.

Ezequiel Ramos era um escravocrata republicano que foi três vezes senador do Estado de São Paulo. Durante a construção da fazenda, ele investiu na plantação de cafezais. A mão de obra local era constituída por colonos italianos, espanhóis e alemães, escravos livres e pessoas da região. O nome da fazenda foi dado por Ezequiel por causa das características acidentadas do terreno, que propiciavam o refúgio de escravos. Ele assinava as correspondências com o nome fazenda do Quilombo.

Após a sua morte, a fazenda cafeeira foi assumida por Herculano Ramos e, depois, por Oscar Ramos, ambos filhos do republicano. O café gerou um negócio sólido e lucrativo. O primeiro transtorno econômico ocorreu em 1929, quando a quebra da bolsa de Nova Iorque fez com que viesse a crise do café para o Brasil, época em que a Fazenda Quilombo passou a produzir algodão e posteriormente laranja. 

Detalhes da fazenda Quilombo (Fotos de divulgação)

Na década de 1950, devido a uma doença chamada tristeza dos citros, que dizimou os laranjais da região, a fazenda começou a criar gado de corte e de leite e depois passou a cultivar cana-de-açúcar. Em 1968, a Quilombo foi assumida por Francisco Rafael Araújo Ribeiro, bisneto de Ezequiel Ramos e Ana Jordão. Desde sua posse, a fazenda passou por policulturas de milho e algodão, até retomar a produção de café. Ele modernizou os equipamentos e investiu em máquinas e em infraestrutura. Atualmente, a fazenda Quilombo produz em diversas frentes – plantação de café, criação de cavalos, bovinocultura de corte, produção de feno e de frutas tropicais e, agora, dedica-se também ao turismo rural.

No local, os visitantes conhecem os cafezais, observam a infraestrutura para secagem e preparo do café e acompanham o processo que vai da colheita à venda de grãos. E, claro, provam um café feito na hora e compram o produto moído ou em grãos. A Fazenda Quilombo também oferece a seus visitantes passeios pela casa sede, pela casa das máquinas, pela criação de cavalos da raça Quarto de Milha e de bovinos. É possível conhecer o plantio e a produção de feno, o pomar de manga e o alto do Morro Azul, onde estão localizadas as palmeiras imperiais centenárias plantadas por Silvério Jordão para determinar os limites entre as fazendas Ibicaba e Morro Azul.

A fazenda tem ainda uma reserva ecológica, que, além dos espécimes do bioma da Mata Atlântica do Planalto, possui animais silvestres como o lobo-guará e o tatu-bola, ameaçados de extinção, aves como o tucano, o papagaio e a seriema, saguis, quatis, veados e onças. Os animais vivem soltos na reserva que abrange o território de outras fazendas da região. A Quilombo é aberta para visitas previamente agendadas. Os passeios são acompanhados por guias e a programação pode ser escolhida, conforme o interesse de cada grupo.

Informações fazenda Quilombo:
Estrada Limeira/SP 151, km 4 – Limeira/SP
Telefone: (19) 3451-4005
E-mail: [email protected]
Site: www.fazendaquilombo.com