Futebol

Em meio a escândalo, Blatter ignora apelos e é reeleito na Fifa

Dirigente vai para o seu quinto mandato, para completar 21 anos no comando da entidade. Só perderá para João Havelange. Ele declarou que não é possível controlar tudo o tempo todo

Vanguardia/arquivo

Homem-forte da Fifa não tomou conhecimento do escândalo

São Paulo – Em meio a escândalo de corrupção e prisão de cartolas, o presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), o suíço Joseph Blatter, foi reeleito hoje (29) para o seu quinto mandato, que, completado, dará ao mandatário 21 anos à frente da entidade. Ele só perderá para o brasileiro João Havelange, que permaneceu 24 anos na direção da Fifa, até 1998, quando foi sucedido justamente por Blatter. A eleição ocorreu no encerramento do 65º congresso da federação que dirige o futebol mundial e que sofreu sérios abalos nesta semana, com dirigentes acusados de envolvimento em pagamentos de propinas milionárias. Segundo Blatter, os acusados – se comprovada a acusação – “são indivíduos, não o conjunto da organização”.

Para ele, é preciso “cerrar fileiras” e ir adiante, tentando apagar a “sombra” que representam as denúncias para a reputação da Fifa. Blatter disse acreditar que os envolvidos esqueceram que o esporte se baseia “na disciplina e no jogo limpo”. E acrescentou que não é possível controlar tudo o tempo todo. “É preciso entender isso, e fazer com que isso seja entendido.” Segundo o cartola, os próximos meses não serão fáceis. “Estou certo de que virão mais notícias ruins, mas é preciso para começar a restaurar a confiança”, declarou.

O dirigente havia vencido o primeiro turno com 133 votos, ante 73 obtidos pelo príncipe Ali Bin Al-Hussein, da Jordânia. Não houve segundo turno, porque o adversário de Blatter decidiu renunciar à disputa. Durante a semana, diante do escândalo,o presidente da Fifa ouviu apelos para que renunciasse, mas decidiu manter a candidatura. O presidente da Uefa, que comanda o futebol europeu, o ex-jogador Michel Platini, pediu publicamente que Blatter desistisse.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, não participou da eleição. Depois da prisão de vários dirigentes, entre eles o seu antecessor, José Marin Marin, ele deixou Genebra na última quinta-feira (27) e retornou ao Brasil.

Com informações de agências