em belo horizonte

Lula lamenta tratamento de Aécio a Dilma: ‘Se o adversário fosse homem, ele não faria isso’

Ex-presidente protestou contra o fato de candidato tucano ter chamado a presidenta de leviana por ter citado denúncias contra ele em debate na televisão. Em ato na Praça Duque de Caxias, Lula exaltou os ganhos sociais dos últimos 12 anos

ricardo stuckert/instituto lula

Lula pediu empenho à militância de agora até o próximo domingo, dia da eleição: “Somos todos Dilma”

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato de apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), na manhã de hoje (17), na Praça Duque de Caxias, em Belo Horizonte, criticou a postura agressiva do candidato de oposição, Aécio Neves (PSDB), que durante o debate da última quinta-feira (15), chegou a xingar Dilma de leviana, depois que a presidenta citou denúncias comprovadas de que o tucano empregou parentes quando foi governador de Minas Gerais (entre 2003 e 2010). O governador eleito Fernando Pimentel (PT) participou do evento.

“Eu disputei muitas eleições neste país. Eu nunca vi um cidadão faltar tanto com respeito com uma presidenta como está acontecendo agora. O comportamento dele (Aécio) não é o de um candidato, de alguém que tem responsabilidade. É o comportamento de um filhinho de papai que nunca fez um sacrifício na vida. Nunca fiz isso com o sociólogo (FHC). Pegue uma palavra minha chamando alguém de mentiroso, de leviano. Eu queria ouvir ele falar assim se o outro candidato fosse um homem”, desafiou o ex-presidente.

“Estamos vendo o mesmo comportamento da imprensa, junto com esta nova elite que não admite nenhum governante que olhe para o pobre. Eles têm preconceito de um programa que dá R$ 200 para uma pessoa, mas não têm quando dá R$ 1 bilhão para o empresário”, afirmou.

Lula exaltou os ganhos sociais acumulados nos últimos 12 anos. “Conheço uma pessoa que tinha vergonha de falar que era do ProUni. Ela se vingou sendo a melhor aluna da faculdade. Agora o mineiro que quer ir a Salvador não vai de ônibus, vai de avião. Vamos ser francos: quando é que uma moça negra, filha de pai motorista, poderia se tornar advogada? Hoje pode, porque nós demos as condições”.

Para o ex-presidente, o distanciamento de Aécio dos pobres ficou registrado quando ele foi governador. “Quem lembra algum dia que o governador tenha feito uma reunião com catadores de material reciclável? Quantas colônias de hansenianos visitou? Quantas reuniões com sem-teto? Quem tiver uma foto desse momento por favor me mostre. Pois bem, essa é uma das diferenças que temos com ele”.

“Eu não lembro, em nenhum momento da história, nem no regime militar, de um momento que os professores foram tão perseguidos como em Minas Gerais”, disse em referência ao impasse do governo Aécio com os professores de Minas Gerais, que em três anos realizaram duas greves de mais de 100 dias, em 2011 e 2013.