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Para Vannuchi, campanha de Aécio se sustenta na rejeição ao PT

Analista político avalia que ninguém defende a candidatura tucana fundamentado em suas propostas

psdb

‘Meritocracia defendida por Aécio significa cortar programas sociais para desfavorecidos’, diz Vannuchi

São Paulo – Para o analista político Paulo Vannuchi, a campanha presidencial do tucano Aécio Neves se sustenta na rejeição ao PT e não discute programas políticos. O analista avalia que durante o debate entre Dilma e Aécio, transmitido ontem (16) pelo SBT, ficou evidente que o PSDB não está apresentando propostas. “Ninguém defende a campanha do Aécio pelas suas propostas, é a candidatura da rejeição”, comentou hoje na Rádio Brasil Atual.

Segundo ele, Dilma buscou fazer um debate programático, voltado para as questões sociais e dos trabalhadores, mas o tucano conduziu a discussão para a desconstrução mútua das propostas. Com o eleitorado brasileiro dividido ao meio, como indicam as pesquisas, a tendência é que cada bloco considere que seu candidato se saiu melhor no debate. “A grande mídia busca ressaltar Aécio, pois esforça seus trabalhos em eleger seu candidato. Quem tem um olhar mais conservador, machista, vai preferir o Aécio, não sei o que deve predominar”, disse.

Vannuchi considera que o debate foi fraco, tendo ficado preso às questões da vida privada dos candidatos e na tentativa de desmoralização dos partidos. “O que eu acho ruim. Em um debate como esse era mais importante assentar a questão dos trabalhadores, do salários. Entrar no território da baixaria não é bom, é o que o Aécio busca fazer”, analisou.

O tucano defende a meritocracia, em que as conquistas são alcançadas através de esforços. Na avaliação do analista político, isso significa cortar políticas afirmativas e programas sociais para os desfavorecidos. “No governo de Aécio seus tios terão cargos, daí a brincadeira ‘meritiocracia'”, ironizou.

Vannuchi avalia que a classe média paulista se identifica com o discurso do PSDB e isso tem resultado em agressões ao eleitorado petista em São Paulo. “A classe média de São Paulo utiliza adesivos de Aécio e trabalhadores estão sendo agredidos, até mesmo fisicamente, por usarem os de Dilma e fazerem campanha para ela. Há inúmeras denuncias.”

Ouça o comentário completo na Rádio Brasil Atual: