São Bernardo do Campo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (4) que considera o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), uma pessoa “até um pouco exótica” do ponto de vista político “porque nada é da responsabilidade dele, nada, nada, nada”. A crítica foi feita durante uma caminhada com a militância do PT em São Bernardo do Campo para tentar impulsionar a candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.

“Em tudo o que acontece de bom ele aparece dando pitaco. Tudo o que está ruim ele acaba jogando a culpa para outro. Devemos ter em conta que precisamos ser mais duros no combate à política do estado de São Paulo. Precisamos fazer mais política cotidiana”, disse. “São Paulo é um estado sui generis. Todo mundo sabe que o governador é uma personalidade importante no estado, mas que qualquer Assembleia Legislativa é muito importante. Mas em São Paulo tem mais jornalista cobrindo a Câmara Municipal do que a Assembleia Legislativa.”

Durante a caminhada, que reuniu pelo menos 300 pessoas no centro de São Bernardo, Lula disse que “ainda acredita” em Padilha no segundo turno. “O companheiro Padilha, como candidato marinheiro de primeira viagem em uma campanha majoritária, sabe que o partido precisa trabalhar muito, que precisa voltar a ocupar as ruas desse país como sempre fizemos. O lugar do PT não é em um gabinete, é na rua, conversando com o povo e politizando a sociedade, discutindo os problemas com a sociedade brasileira.”

A caminhada em São Bernardo foi o último de uma série de atos realizados por Lula ao lado do candidato do PT esta semana por toda a Grande São Paulo. Ontem, os dois e Dilma estiveram juntos no centro de São Paulo. A presidenta participaria da atividade de hoje, mas por decisão da coordenação da campanha acabou indo para Minas Gerais, participar das atividades do candidato a governador do estado, Fernando Pimentel (PT), que pode ganhar ainda no primeiro turno, com 45% dos votos, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (2).

Lula também criticou o tratamento que Alckmin tem dado à crise da água em São Paulo. “Não é possível que o cidadão vá anunciar a retirada da água do volume morto, quase uma exumação, como se fosse uma inauguração”, criticou. “Eles governam esse estado há 30 anos e a última obra do Sistema Cantareira foi feita em 1982. Não é possível que eles não soubessem que aquilo era suficiente para abastecer um determinado número de pessoas e que 32 anos depois a população iria aumentar. O cara precisa cuidar da água.”