São Paulo – Os candidatos a governador de São Paulo deram início na tarde de hoje (20) à campanha eleitoral por rádio e televisão. Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaf (PMDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), principais candidatos ao Palácio dos Bandeirantes, escolheram tons bastante distintos para se apresentar ao eleitor: enquanto o petista investiu em exibir sua biografia e o atual governador defendeu as realizações do PSDB à frente do governo ao longo dos últimos 20 anos, o presidente licenciado da Fiesp levou ao ar um “desabafo”.

“Não tenho nada contra o Alckmin: acho ele educado, simpático. Mas não entendo seu jeito de governar, meio frio, meio distante, ele sempre acha que está tudo bom. Não vejo ele enfrentar os problemas de São Paulo com garra, com tesão”, pontuou o candidato. “Não entendo como o estado de São Paulo se contenta com tão pouco. Vocês já deram para o Alckmin 10 anos como governador”, completou, antes de explicar que “tinha que começar a campanha assim, abrindo o coração pra vocês”.

Padilha falou em inverter as prioridades do governo estadual para que São Paulo seja, além de locomotiva da economia, “locomotiva da solidariedade”. Sem detalhar propostas políticas, a maior parte do programa dedicou-se a apresentar o ex-ministro da Saúde da presidenta Dilma Rousseff: com depoimentos da esposa e dos pais, o programa contou como Padilha conheceu o pai, perseguido pela ditadura civil-militar, aos oito anos, e destacou a influência da mãe, pediatra da rede pública de saúde, na escolha da profissão de médico.

Já Alckmin reforçou as ações dos últimos 20 anos de governo tucano em São Paulo. Candidato mais conhecido pela população, o governador gastou pouco tempo com sua biografia, e apoiou-se em vídeos com o jingle de campanha e imagens gerais de São Paulo sobrepostas pelos pontos mais positivos da gestão de acordo com o PSDB, inclusive pontos polêmicos, como, por exemplo, o maior efetivo policial do Brasil

Em diversos momentos, Alckmin retomou o tema do “orgulho de ser paulista”. “Tenho muito orgulho de servir ao meu estado, e se eu conheço São Paulo, São Paulo também me conhece”, pontuou, no encerramento de seu programa. O tema foi retomado por José Serra, candidato a senador pelo PSDB, em seu discurso. O candidato ainda teve vídeo para apresentar sua gestão à frente do Ministério da Saúde e “fala povo” com declarações de eleitores colhidos nas ruas da capital paulista e depoimento exclusivo de Alckmin.

Antes da campanha, a imprensa noticiou a exigência Serra teria apresentado, como condição para aceitar concorrer pelo Senado, o mesmo tempo de exibição na TV que Alckmin –proporção mantida na exibição do programa. O principal concorrente de Serra, Eduardo Suplicy, apresentou-se como “honestamente, o melhor”, reforçando a bandeira da ética como principal discurso de campanha contra o PSDB.