em greve

Professores de SP reafirmam ‘revolta’ contra intransigência de Alckmin

Em ato público de desagravo a professores em greve – Paraná, Pará e Pernambuco incluídos – categoria reafirma disposição de luta até que governador reabra negociações

Rede Brasil Atual

Manifestação em apoio e desagravo a professores em greve, na Praça da Sé: ‘queremos negociar’

São Paulo – Professores da rede pública estadual de São Paulo juntaram-se a representantes da sociedade civil, sindicalistas e movimentos sociais e organizaram o ato público em desagravo aos professores em greve, na tarde de hoje (7), na praça da Sé, centro da capital. A manifestação organizada pelo sindicato da categoria, a Apeoesp, antecedeu audiência de conciliação entre os professores e a Secretaria Estadual de Educação do processo de dissídio – solicitado pelos professores –, no Tribunal de Justiça de São Paulo, também na região da Sé.

Abrindo os desagravos, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, lembrou que a violência a que foram submetidos os professores paranaenses é parte da volta de uma pauta conservadora ascendendo de novo no país. “Nós lutamos para eleger uma presidenta popular e estamos vendo a agenda do Aécio e do Alckmin tomar o país”, afirmou.

Freitas reafirmou a intransigência dos governos tucanos, que tradicionalmente não negociam com os trabalhadores. “Eles têm problemas em vários governos e prefeituras, mas não negociam com os trabalhadores. Não podemos aceitar esse tipo de atitude, de não negociar e ainda agredir os trabalhadores.”

A presidenta de Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, ressaltou que o ato foi organizado também em apoio aos professores do Pará e de Pernambuco, igualmente mobilizados por melhores condições de trabalho.

Bebel afirmou que a violência comandada pelo governador Beto Richa (PSDB) está se alastrando pelo país, e lembrou que no ano passado, o governo paulista tentou alterar as regras da previdência dos servidores – assim como está fazendo o governo paranaense atualmente –, mas a mobilização dos professores conseguiu barrar a investida.

A dirigente voltou a acusar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de intransigência e de recusar-se a abrir um diálogo construtivo com a categoria. “Nós queremos dialogar. Os professores estão revoltados.”

Sobre a audiência de conciliação para a qual se dirigiu logo após sua participação no ato, Bebel disse não saber o que esperar, por ser a primeira vez na história do funcionalismo público paulista que os servidores recorriam à Justiça para tentar uma solução para a campanha salarial.

Segundo a organização, cerca de 2 mil pessoas estavam na manifestação. Entre as lideranças estavam os deputados João Paulo Rillo (PT), Carlos Gianazzi (Psol), do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, e dirigentes de várias entidades sindicais.