enxugamento

MEC prepara proposta que flexibiliza e enxuga o ensino médio

Ministro Mendonça Filho defende a reforma dizendo que o estudante não se vê identificado com o 'formato de escola que o Brasil oferece'

Wilson Dias/Agência Brasil

Caso o projeto não seja aprovado no Congresso, o governo quer implementá-lo por meio de medida provisória

GGN– O Ministério da Educação (MEC) deverá anunciar ainda nesta semana uma proposta de reforma do ensino médio. O objetivo é enxugar e flexibilizar os currículos dos alunos e permitir que eles escolham as disciplinas que irão cursar.

O ministro Mendonça Filho defende a reforma dizendo que o estudante não se vê identificado com o “formato de escola que o Brasil oferece”. “Tem de haver uma maior conexão com a educação de nível médio e de nível técnico. A grande maioria das redes é separada, temos de aproximar mais para tornar a escola mais atrativa”, disse o ministro em evento na semana passada.

Já alguns especialistas temem que a reforma signifique o fim de disciplinas, como Filosofia, Geografia e Sociologia. Dante Henrique Moura, professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), diz que o objetivo da reforma é baratear o ensino público, o que comprometeria a educação dos estudantes mais pobres, privando-os de um Ensino Médio completo.

Ele afirmou também que, caso o projeto não seja aprovado no Congresso até o final do ano, o governo quer implementá-lo via Medida Provisória. Mendonça diz que a MP tem o apoio do presidente Temer e que a reforma é “quase consensual” entre os secretários estaduais.

Atualmente, os estudantes do ensino médio cursam 13 disciplinas ao longo de três anos. Para o ministro, o número de 13 matérias é alto. Segundo a Folha de S.Paulo, o proposta prevê uma grande curricular comum para todos no primeiro ano, e a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.