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Número de doutores cresce 486% em 18 anos

De acordo com informações do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, crescimento de titulações de mestres foi de 379%, entre 1996 e 2014

memória/ebc

Estudo revela a descentralização da pós-graduação no país

São Paulo – O número de mestres e doutores do Brasil cresceu 379% e 486% para as respectivas titulações entre 1996 e 2014, segundo dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). As informações foram apresentadas ontem (5) em uma publicação intitulada “Mestres e Doutores 2015: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira”. Em 1996, foram concedidos 10.482 títulos de mestrado e 2.854 doutorados. Já em 2014, esses números cresceram para 50.206 e 16.729, respectivamente.

“O crescimento dessa mão de obra qualificada tem sido contínuo e consistente ao longo de quase duas décadas, o que reflete uma política de Estado bem sucedida”, avalia em nota a coordenadora do estudo, Sofia Daher. Os dados mostram que houve uma descentralização entre as regiões com maior número de mestres e doutores. Em 1996, apenas Rio de Janeiro e São Paulo carregavam a soma de 58,8% dos mestres e 83,4% dos doutores. Esses números caíram para 36,6% e 49,5%.

De acordo com Sofia, a desconcentração “ocorre da criação de novas universidades e campi que alcançam áreas que antes eram menos atendidas pelo sistema de pós-graduação”. No dia 6 de maio, a presidenta Dilma Rousseff assinou um projeto de lei que amplia este panorama. Consta do programa a criação de cinco universidades federais: duas em Goiás, uma no Piauí, uma no Tocantins e uma no Mato Grosso. O número de mestrados concedidos no Norte, por exemplo, subiu de 135 em 1996 para 1.884, em 2014.

Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), foram criadas, apenas nos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010) e Dilma Rousseff (2010 em diante), 18 universidades federais, com um aumento de bolsas de pós-graduação concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), de 183% no período de 2003 até 2012. “No entanto, ainda temos um longo caminho para trilhar. O estudo mostra que há uma grande distância em relação aos países desenvolvidos, o que nos incentiva a manter e expandir os investimentos”, afirmou Sofia.

O estudo da CGEE ainda traz uma análise sobre a empregabilidade dos egressos de pós-graduação. O número de doutores com empregos formais se manteve estável, em 75%. O número de mestres é reduzido, 66%. Muitos pesquisadores saem do mestrado e já entram no mestrado, sem ingressar formalmente no mercado. Comparativamente, a taxa de formalidade do emprego da população em geral fica em 53%.