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Número de viagens e gastos com turismo despencam de 2019 para 2021

Total de viagens pelo país caiu 41%, refletindo impacto da pandemia. Mas principal motivo citado foi a falta de dinheiro

Reprodução
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Destinos turísticos: menor procura reflete a perda de renda dos trabalhadores e a inflação dos preços de serviços no setor

São Paulo – O número de viagens de brasileiros caiu 41% de 2019 (20,9 milhões) para 2021 (12,3 milhões), segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6) pelo IBGE. Os resultados refletem os impactos causados pela pandemia no comportamento das pessoas em relação às atividades turísticas”, afirma a analista Flávia Vinhaes, lembrando que a queda atingiu todas as faixas de renda. “O ano de 2021 foi ainda pior para o turismo que o de 2020.”

Apesar da pandemia de covid-19, o principal motivo citado para não viajar foi a falta de dinheiro: 33,3% do entrevistados apontaram esse fator em 2020 e 30,5% no ano passado. A categoria “outro”, que incluí a pandemia, foi apontada por 20,9%. Para 8,3%, faltou tempo. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Turismo, feita em parceria com o Ministério do Turismo.

Gastos com viagens

Já os gastos em viagens nacionais com pernoite somaram R$ 9,8 bilhões em 2021, queda de 11% em relação ao ano anterior (R$ 11 bilhões). A proporção de domicílios em que os moradores fizeram pelo menos uma viagem caiu de 21,8%, em 2019, para 13,9% no ano seguinte e 12,7% em 2021.

“Em linhas gerais, os gastos turísticos em viagens com pernoite caíram entre esses dois anos, o que tem relação com a própria queda das viagens no período. Mas o gasto médio diário per capita cresceu, ou seja, o valor gasto por dia pelo viajante em um determinado destino aumentou de R$ 180 para R$ 204 em um ano”, observa a analista da pesquisa.

Esses gastos foram maiores no Distrito Federal (R$ 292), Rio de Janeiro (R$ 288), Santa Catarina (R$ 257) e Alagoas (R$ 248). São Paulo respondeu por 18,2% de todo o gasto com turismo em 2021, somando R$ 1,8 bilhão. Em seguida, vêm Bahia (R$ 1,1 bilhão), Rio (R$ 1 bilhão) e Santa Catarina (R$ 864 milhões).

Lazer ou saúde

A proporção de viajantes aumenta de acordo com a renda. Assim, em um terço (33,1%) dos domicílios com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos algum morador viajou no ano passado. Mas naqueles com renda per capita abaixo de meio salário mínimo, esse número caiu para 7,7%. Ainda assim, nesses casos 35,1% das viagens foram para tratamento de saúde. Nos domicílios de maior renda, 57,5% das viagens foram para lazer.

Mais da metade (57,2%) das viagens de 2021 foram em carro particular ou de empresas. Outras 12,5% em ônibus de linha e 10,2% de avião. As viagens internacionais caíram de 3,8% do total, em 2019, para 0,7% no ano passado.